sexta-feira, 20 de abril de 2018


Dyonélio Machado,

O início Dyonélio Machado (1895-1985), médico psiquiatra, escritor famoso, político importante, presidiário comunista, entre outras atividades, foi figura essencial na história do Rio Grande do Sul do século XX. Autor do clássico e premiado romance Os ratos, de 1935, e do romance O louco do Cati, de 1942, entre tantas obras, Dyonélio foi amigo de Erico Verissimo, que disse: "Quem começou a ficção urbana no Rio Grande do Sul foi Dyonélio, com o livro de contos O pobre homem".

Um pobre homem (284 páginas, Siglaviva), edição comemorativa de 90 anos do livro de contos da estreia literária de Dyonélio, lançado há pouco, marca importante registro histórico e literário; e proporciona aos leitores mais jovens o contato com uma vida e uma obra que não podem jamais serem esquecidas.

O volume tem texto de introdução de Andréa Soler Machado, neta do escritor; prefácio para a segunda edição do livro do autor; e interessante posfácio ensaístico do professor universitário e tradutor Camilo Mattar Raabe, da Pucrs, especialista na obra dyoneliana.

Um belo depoimento de Erico Verissimo, artigos críticos de Antonio Hohlfeldt, Tristão de Athayde, Augusto Meyer, Heitor Ferraz Mello e outros, bem como cartas e fotos de Dyonélio e das edições do livro estão no volume, que tem as famosas fotos que Eneida Serrano fez em 1976 por ocasião do lançamento do romance Deuses econômicos. Esta edição tem atualização linguística, fac-símiles de originais e os 16 contos ainda estão acompanhados por um soneto que Mario Quintana elaborou para Dyonélio em 1935.

O professor Camilo Mattar Raabe escreve: "Um pobre homem acompanhou Dyonélio ao longo de sua trajetória literária, não apenas contando como uma primeira obra de ficção de um escritor já com certa experiência no meio político e cultural; mas como embrião do que iria se desdobrar sua literatura e o modo de identificação do intelectual no mundo, que dedicaria às suas reminiscências pessoais o título Memórias de um pobre homem".

Erico Verissimo afirmou: "É possível que, no futuro, se ainda existirem críticos, buscando obras entre das décadas de 1930 e 1970, venham a descobrir os romances de Dyonélio e dizer, parafraseando o belo final de O louco do Cati, 'só agora se vê como esse escritor era importante'". 

lançamentos 

A voz da mudança (Buqui, 280 páginas), 22ª edição da Série Pensamentos Liberais do IEE, com prefácio de Júlio César Lamb, tem participações de Jeffrey Tucker, Lawrence Reed e Percival Puggina; e artigos de Bárbara Veit, Júlia Tavares, Laura Cimenti, Bruno Serejo, Felipe Morandi e outros para o debate público atual. Educação, administração, reforma trabalhista e liberdade são alguns dos temas.

Don Frutos (Ardotempo, 560 páginas), romance do consagrado escritor, jornalista e professor jaguarense Aldyr Garcia Schlee, em segunda edição revista e revisada, apresenta, em forma romanceada, a vida de Fructuoso Rivera, militar e político uruguaio, primeiro presidente constitucional do país em 1830. Rivera foi derrotado em 19/11/1816 e viveu um tempo refugiado no Brasil. Papai Punk - Sem regras, só a vida real (Belas Letras, 256 páginas), de Jim Lindberg, vocalista do Pennywise, banda californiana de punk rock.

Relato divertido e sincero, mistura fraldas, reuniões de pais, bonecas Barbie, distorções, turnês desgastantes e excessos da vida na estrada. Como se concilia vida de rebelião com educação de filhos? -

Jornal do Comércio http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/04/colunas/livros/622732-dyonelio-machado-o-inicio.html

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