06 DE ABRIL DE 2018
+ ECONOMIA
Mercado vê Lula "fora do baralho"
O mandado de prisão emitido ontem pelo juiz Sergio Moro ocorreu logo depois do fechamento da bolsa de valores, portanto não impactou no humor de investidores. Para o mercado, era uma decorrência ao menos parcialmente precificada, ou seja, incluída na alta ou baixa de ações e outros ativos.
- Para o mercado, Lula é carta fora do baralho. Essa foi a avaliação da decisão de ontem (quarta-feira) - disse à coluna Newton Rosa, economista-chefe da Sul America Seguros, pouco antes da emissão da ordem.
A decisão à que se referiu foi a tomada no dia anterior pelo Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo caminho para a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A bolsa fechou com alta de 1,1%, depois de ter registrado pico de quase 2% durante o dia. Outro olho estava em Nova York, cuja recuperação também ajudou no melhor desempenho.
Ao mesmo tempo, havia cautela diante da previsão de que hoje será divulgada a situação do mercado de trabalho nos Estados Unidos, essencial para a definição do ritmo da alta do juro americano. A reação de hoje nas ações e no câmbio vai depender da combinação do alívio com a inviabilização da candidatura de Lula com a perspectiva nos EUA.
No Brasil, apesar da ordem de prisão, ainda há incerteza sobre o cenário eleitoral, dúvidas sobre a situação jurídica e política do presidente Michel Temer, sob risco de uma terceira denúncia, além da nova postura das Forças Armadas.
Como se tornou característico em reações a questões políticas, ações de estatais ficaram entre as mais valorizadas. Banco do Brasil subiu 3,73%, Petrobras, 2,73% e Eletrobras, 1,93%. Papéis ligados a commodities também avançaram, beneficiados pela percepção de que EUA e China entrarão em negociações antes de partir para a guerra comercial.
reuniões antes da posse na ceee
Com a mudança no comando da CEEE oficializada pelo Palácio Piratini, o indicado, Urbano Schmitt, ainda precisa ser aprovado pelo conselho de administração da empresa. Antes, foi nomeado secretário-adjunto de Minas e Energia para poder viajar a Brasília, com a secretária Susana Kakuta e participar de uma reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Depende da avaliação da agência a manutenção do maior ativo do braço de distribuição da estatal, a concessão. Para isso, não pode voltar a ter resultados financeiros negativos.
Além disso, a empresa precisa melhorar drasticamente seus indicadores de qualidade. Schmitt chega à CEEE, uma estatal com privatização proposta pelo Piratini e em delicada situação financeira, com as credenciais de ter sido secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico e Extraordinário da Copa - e diretor da Procempa, em Porto Alegre.
Além do barulho político que a indicação - atribuída a uma escolha pessoal do governador José Ivo Sartori - já causou, sua capacidade de gestão será posta à prova, caso venha a ser aprovado no conselho.
em dia positivo, uma nota de alerta. uma das três maiores agências de classificação de risco do mundo, a fitch, avaliou que o Brasil não vai conseguir cumprir a regra de ouro em 2019. A norma é a que impede o governo de recorrer a empréstimos para bancar despesas correntes.
O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) voltou a avançar
0,6%
em fevereiro, após queda de 1,7% em janeiro, conforme a Fiergs. Alta nas compras e na capacidade instalada são dados promissores.
CONSUMO CONECTADO
Os dados da Global Consumer Insights 2018, pesquisa da PwC que ouviu 22 mil pessoas em 27 países, dentre as quais mil no Brasil, dão um alento: 71% dos entrevistados esperam aumentar ou manter o volume de compras. A pesquisa mostra, também, aceleração na mudança de comportamento do consumidor: o uso de smartphones saltou 10 pontos percentuais, de 31% para 41%. Em seis anos, essa fatia quase triplicou.
Em equipamentos eletrônicos, as compras online cresceram de 12% para 27% do total nos últimos cinco anos. O peso só é superado pelas ligadas ao entretenimento (livros, músicas, filmes e videogames) que saltaram de 18% para 34% no período. Em alguns segmentos, o Brasil mostra maior potencial online do que a média global. Em alimentação, mais da metade (58%) dos brasileiros tem disposição de comprar comida com alguns toques. No mundo, 48%.
Serão entregues hoje três licenças ambientais para pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Duas fazem parte do complexo da Havan no RS. A outra é da Ceriluz, de Ijuí. A previsão era liberar até março as quatro, com potência de 63 MW e investimento de R$ 400 milhões.
espaço para gaúchas
A primeira contratada pelo consórcio HTBM (HTB, Tedesco e Barbosa Mello), a Pöyry, não é gaúcha. Vai fazer os projetos executivos de arquitetura, civil, paisagismo e identidade visual, entre outros, e o acompanhamento técnico da obra de ampliação do Aeroporto Salgado Filho. Pedro Tedesco Silber, presidente da Tedesco, explica que essa é uma pequena parte dos subcontratos e reitera que empresas gaúchas terão prioridade no fornecimento de materiais e serviços para a obra. Depois do encontro na Fiergs, há várias negociações em andamento.
- A ideia é priorizar ao máximo o conteúdo local - afirmou Tedesco.
MARTA SFREDO
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