segunda-feira, 4 de janeiro de 2016



04 de janeiro de 2016 | N° 18404 
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA

NORTH AND SOUTH


Pois recomendo aos meus diletos leitores as duas minisséries com o mesmo nome, North and South – uma inglesa, a outra americana. Nenhuma é nova. A série da BBC é de 2004, e a americana, de 1985, nos tempos de antanho da televisão. A americana é tão antiga que a tela é no formato 4x3, aquela coisa mais ou menos quadrada que a gente costumava assistir.

Claro que a inglesa é muito melhor. Ela é baseada no romance vitoriano North and South, de Elizabeth Gaskell, que foi escrito em 1855, no auge da revolução industrial. A jovem bela e intelectualmente bem dotada, Margaret Hale, sai do idílico Sul inglês e vai para o duro e industrial Norte. O choque de culturas fica por conta da tradição culta e polida do Sul, em contraste com a dureza dos nortistas ingleses. Quando alguém aí assistir a um jogo entre um time de Londres e um de Manchester, pense nisso. Aquela pauleira toda em campo tem razões históricas.

Margaret entra em contato e conflito com um representante da classe industrial nortista, John Thorton. Sendo o livro um romance vitoriano, nada de sexo, nada de diversão, mas muita teoria sobre a sociedade e as transformações pelas quais a Inglaterra está passando. Ah, e uma baita dose de romance, o que, afinal, todo mundo gosta, mesmo que não admita.

North and South, versão Tio Sam, é baseada no romance de John Jakes, dos anos 1980. Para os americanos, basta a gente falar em North e em South e pronto, começa a guerra civil, e esse é o pano de fundo da série americana. Duas famílias (“Two families”, como em Romeu e Julieta) se tornam ligadas antes da guerra e são separadas quando o tiroteio começa. Muita História ao fundo, muitos conflitos pessoais no plano frontal, atores conhecidíssimos, todos em um mau dia de atuação, e temos uma minissérie de sucesso. Aliás, a sétima de maior sucesso de público na história das minisséries.

Veja uma, veja outra, e pense em como eles conseguem trabalhar as suas ricas Histórias e como a gente patina quanto pensa em fazer a mesma coisa.

As duas minissérias não são exatamente muito boas, mas se fazem ver , e ao ver, a gente aprende. No mínimo, pela questão do aprendizado, vejam.

Fica a dica.

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