sexta-feira, 22 de janeiro de 2016



22 de janeiro de 2016 | N° 18422

EDITORIAL

EMPREGOS SUPRIMIDOS

O fechamento de mais de 1,5 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada em 2015, confirmado nessa quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, é a consequência mais visível e mais cruel da recessão enfrentada pelo país. 

Mesmo no Rio Grande do Sul, onde o impacto sobre o mercado formal de emprego tem sido menor, a redução do número de vagas no período atingiu um total de 95,1 mil, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Por isso, o fenômeno exige atenção ainda maior por parte do governo às ações destinadas a tirar a atividade econômica do marasmo e do retrocesso.

Independentemente do acerto ou não da decisão do Banco Central de manter inalterada a taxa básica de juros em 14,25% nesta semana, o que preocupa são alguns sinais contraditórios transmitidos ao mercado. A opção por não elevar o percentual confirma que a equipe econômica está mais preocupada, neste momento, em acabar com a recessão, o que é correto. O país não pode consentir com a continuidade de fenômenos como o desemprego recorde, que tanto sofrimento causam a um contingente expressivo da população.


Ainda assim, as condições para uma retomada da economia precisam ser perseguidas com clareza e transparência. Isso significa que as providências adotadas não podem implicar qualquer risco de mais margem para inflação. Faltou esse tipo de preocupação quando o Banco Central hesitou em relação aos juros. E é preciso também o máximo de cuidado nas ações com o objetivo de recuperar as vagas perdidas no mercado formal de trabalho, para que possam produzir resultados efetivos, e não mais frustração.

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