CLÁUDIO BRITO*
INVESTIR E SERVIR
Quando surgem lamentos do tipo “não sobra nada para investimentos, tudo se gasta com os servidores”, pergunto-me: mas o Estado, quando gasta com o serviço público, não está fazendo aquele que deve ser o seu principal investimento?
Os governos devem induzir investimentos, mas as empresas privadas é que devem realizá- los. O serviço é o dever estatal, que, uma vez cumprido, estará ensejando aos empreendedores o ambiente e todas as condições para a plenitude de suas atividades lucrativas. O Estado não tem nada a ver com lucro. Seus ganhos são muitas vezes intangíveis, embora mensuráveis. A satisfação do povo, sua segurança, sua saúde e seus níveis de educação servem de parâmetros para uma conta imaterial.
A realização das finalidades do Estado não se confere nos saldos do Tesouro, mas no bem-estar da cidadania. Para isso, serviços essenciais e de excelência, desempenhados por profissionais competentes, arregimentados pelo concurso de provas e títulos, com garantias e prerrogativas compatíveis com suas responsabilidades, adequadamente remunerados e que não sejam seduzíveis pelas vicissitudes do mercado, podendo assim atuar com independência, movidos pela ideia de construção do bem comum.
Investir é servir, quando se fala em Estado. O que se destina à prestação de serviço é que representa o verdadeiro investimento público, seja em tecnologia, equipamentos, instalações e outros implementos materiais, ou seja em pagamento de um funcionalismo competente e engajado. Assim, chamar concursados para os órgãos de segurança, por exemplo. Nomeá-los, aperfeiçoá-los e manter inalterados os melhores padrões de eficiência são os verdadeiros investimentos da alçada do Estado. É o que se espera.
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