quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009



19 de fevereiro de 2009
N° 15884 - LETICIA WIERZCHOWSKI


O Batalhão de Suez, 50 anos depois

Era o ano de 1959, quando um grupo de jovens gaúchos embarcou numa longa viagem rumo ao Oriente Médio. Foram 35 dias num navio, com escalas no Rio de Janeiro, Recife, Dakar e Nápoles.

Eles aportaram em Said, no Egito, e seguiram de trem até Gaza. O objetivo dessa viagem era patrulhar uma zona de 49 quilômetros de extensão na fronteira do Egito com Israel, em pleno deserto do Sinai.

Esses jovens gaúchos faziam parte do contingente dos Boinas Azuis, as forças de emergência da ONU, que viriam a garantir a manutenção da paz em vários conflitos internacionais desde a sua criação, em1947, até hoje – e cujo excelente desempenho em tantas contendas mereceu o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1988.

Guerras sempre houve, e parece que o Oriente Médio está muito longe de encontrar uma solução pacífica para seus enormes problemas. Mas esse texto não é sobre a guerra no Oriente Médio nem sobre nenhuma outra. Esse texto é sobre o avesso da peleja, sobre gente que abdica da sua vida, da paz e da segurança das suas casas, para ajudar a paz.

Porque em todas as guerras, enquanto tanques avançam e bombas explodem sobre casas e escolas, existe um enorme contingente de vidas silenciosas atuando para minimizar o sofrimento alheio. Gente que voluntariamente segue para a linha de combate. Gente que salva crianças dos escombros, que separa alimentos para os necessitados. Que apaga incêndios, que patrulha desertos, que serve sopa aos famintos.

Esse texto é sobre essa outra coragem, o oposto do bélico. É sobre gente que faz tudo isso voluntariamente, como os pracinhas do Batalhão de Suez. Há 50 anos, eles estavam lá, em plena Gaza, evitando um derramamento de sangue como o que vimos há pouco tempo.

Para comemorar os 50 anos da partida do Batalhão de Suez para o Oriente Médio, os ex-voluntários estão preparando uma festa no dia 17 de abril.

Esses homens, hoje já senhores com família formada, com filhos e netos, vão se reunir para relembrar. E é preciso relembrar e brindar mesmo – graças a eles, outros tantos homens e mulheres puderam seguir vivendo, formaram suas famílias, tiveram seus filhos e conheceram seus netos.

Assim, eu dou voz ao seguinte convite: ex-pracinhas do Batalhão de Suez, o pessoal está procurando por vocês! Entrem em contato imediatamente pelos telefones (51) 3331-8564/ 9972-2236 ou (51) 3490-4407/ 8422-1805, ou pelos e-mails edisondonaldo@gmail.com ou orlandohaag@brturbo.com.br. E, desde já, meus parabéns.

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