sexta-feira, 25 de agosto de 2017



25 DE AGOSTO DE 2017
AMBIENTE

Uma ação para evitar o sacrifício

FUNDAÇÃO DE MEIO AMBIENTE DE GRAVATAÍ notifica administração do Pampas Safari e suspende saída de animais. A Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí notificou, na tarde de ontem, a administração do parque Pampas Safari para impedir o sacrifício de 300 cervos. O Ibama havia determinado o abate em julho, em razão da disseminação de tuberculose entre os animais.

De acordo com o diretor-presidente da Fundação, Jackson Müller, o procedimento está suspenso até segunda ordem, e serão instaladas duas placas de aviso no parque com a determinação.

- Até que a gente resolva de fato, está proibida a retirada de animais de dentro do parque - informa Müller.

Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Müller se manifestou contrário ao abate. Criticou os órgãos competentes pela fiscalização do empreendimento e rebateu o veterinário do Ibama Paulo Wagner, que classificou como "descalabro" a situação do parque:

- O problema que gerou essas medidas radicais começou em 2007, com o diagnóstico de tuberculose em alguns animais. Em 2012, a doença foi identificada em búfalos e provocou uma intervenção do Ministério Público. O que eu não entendi é: se isso acontecia há anos, por que as medidas só foram tomadas em 2017? Se foi isso que ele encontrou há cinco anos, o que se fez de lá para cá?

Pela manhã, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, a deputada estadual Regina Becker, conhecida por levantar a bandeira da causa dos direitos animais, também criticou a fiscalização:

- O Ibama garante que tem indícios claros de negligência da administração do parque no controle de doenças, limpeza e alimentação desde 2007. Quem trabalha com animais sabe que é preciso fazer relatórios com frequência. Mas a questão é: onde estava a fiscalização todos esses anos?

FAMÍLIA PROPRIETÁRIA AINDA NÃO SE MANIFESTOU

A Fundação pretendia se reunir com o Ministério Público Estadual para buscar uma integração nas ações contra o sacrifício dos animais. O Pampas Safari está fechado desde novembro do ano passado, em processo de encerramento. A tuberculose representaria um risco tanto para os animais sadios quanto para a saúde humana.

- Nossa proposta é fazer uma intervenção, identificar os contaminados e separá-los para evitar contágio - diz Müller. - A partir daí, tomar uma medida proativa, incluindo o abate, se for a solução. Não dá para trabalhar com a ideia de atacado, de exterminar todos se só 40% estão doentes. Não é aceitável fazer desta forma.

Regina Becker faz coro:

- Primeiro, é preciso buscar de uma forma precisa todas as informações junto aos órgãos competentes para avaliar se todos foram submetidos ao teste de tuberculose. Seria uma temeridade sentenciá-los à morte sem os laudos.

A saída sugerida por ela seria encaminhar os animais saudáveis para outros locais do Estado ou do Brasil.

No decorrer do dia de ontem, Zero Hora buscou contato com diferentes integrantes da família Febernati, proprietária do parque, por telefone e e-mail, mas não conseguiu localizar nenhum dos responsáveis.

lucas.abati@rdgaucha.com.br
LUCAS ABATI

Nenhum comentário: