10
de setembro de 2014 | N° 17918
ARTIGO
- BRUNO EIZERIK*
A AVALIAÇÃO NECESSÁRIA, MAS QUE
AVALIAÇÃO?
Na
última sexta- feira, 5 de setembro, o ensino particular gaúcho foi surpreendido
pela divulgação dos resultados do Ideb. Parece que só nós fomos surpreendidos,
pois tanto o ministro da Educação quanto o secretário estadual de Educação
concederam entrevistas coletivas sobre o assunto. Não acreditamos que as
coletivas sejam preparadas sem o conhecimento prévio. Fomos procurados pela
imprensa, o que é legítimo, para que nos manifestássemos. Nossa manifestação é
de que infelizmente temos mais perguntas do que respostas.
Poderíamos
apresentar algumas respostas, tais como: o resultado geral tanto no país quanto
em nosso Estado foi bom, e isto deve-se à escola privada; o RS não melhorou,
mas sim os outros Estados que pioraram; o ensino privado tem seu resultado
calculado através de amostra, por isso não se pode fazer uma análise se a
amostra de 2013 é diferente da de 2011.
Entretanto,
nossas perguntas, que não são poucas, precisam de respostas dos órgãos competentes.
Por que não recebemos os dados previamente? Como é calculado o Ideb? (A nota
técnica do site do Inep é confusa.) Quem fixou as metas? Quem escolhe e qual o
critério de escolha das escolas particulares que farão parte da amostra?
Quantas escolas particulares fazem parte da amostra? A escola privada pode
recorrer do resultado de seus alunos?
Apesar
de todos os questionamentos e, mesmo entendendo que a divulgação do resultado
pode ter um significado político, temos o dever de elogiar o trabalho do Inep.
Fazemos isto com sentimento de perda, pois o Inep está sob sério risco de
esvaziamento com a tentativa do governo federal em criar o Insaes, agência
reguladora, com 500 cargos, que dará poderes ao governo federal de intervenção
no Ensino Superior privado.
Poderemos
ter mais respostas assim que tivermos as nossas respostas. O sentimento do
ensino particular gaúcho é o mesmo de um aluno que recebe a nota de uma prova
que sequer realizou. Não queremos ter nota para passar de ano, queremos um
ensino melhor para nosso país.
*Presidente
do Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS)
BRUNO
EIZERIK
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