quinta-feira, 4 de setembro de 2014


04 de setembro de 2014 | N° 17912
DAVID COIMBRA


A direção, agora, deveria punir a Geral

O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil devido aos atos racistas de alguns de seus torcedores. Punição injusta para o clube, mas salutar para o futebol e para a sociedade. A absolvição do clube seria o perdão dos atos dos torcedores. E faria com que esses atos fossem repetidos em outros jogos.

Um dos julgadores chegou a citar a atitude provocadora e estúpida da Geral, que na partida seguinte voltou a entoar cânticos racistas. Já defendi muito essa torcida, mas desisto.

Quando a Geral surgiu, chamada de Alma Castelhana, era uma bela novidade no futebol brasileiro. Era uma torcida que cantava o tempo todo, que pulava sem parar e fazia uma linda coreografia na hora do gol, com avalanches humanas.

A maneira como a Geral torcia trouxe mais torcedores para o Grêmio e fez com que outras torcidas, inclusive a do Inter, a imitassem. Mas o poder corrompe.

A Geral cresceu e seus líderes, percebendo o poder que tinham, usaram sua influência para se transformar em torcedores profissionais. O que se viu, então, foi violência e tráfico de influência. Antes a Geral era um exemplo de alegria e trazia torcida para o Grêmio. Hoje, os torcedores se afastam da Geral, porque sabem que ela só prejudica o clube.

A Geral tem um espaço só para ela na Arena. Esse espaço deveria lhe ser subtraído pela direção. A Geral é diretamente culpada por essa vergonha que o Grêmio está passando em todo o país.


O Grêmio deve usar esse revés para crescer, para se aperfeiçoar como entidade e para limpar de vez a sujeira que ainda existe nas arquibancadas da Arena.

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