O papel real das militâncias quanto às minorias
(In)Justiça Social (Avis Rara , 176 páginas, R$ 39,90) de Helen Pluckrose, escritora e editora da revista Areo Magazine, e de James Lindsay, matemático, escritor e comentarista político, autores do best-seller Teorias Cínicas, lançado no Brasil também pela Avis Rara, procura desmontar mentiras e teorias absurdas sobre raça, gênero e identidade e os males autoritários do politicamente correto.
A definição de justiça social é múltipla. No geral se dá quando dois indivíduos semelhantes, e em iguais condições, recebem tratamento desigual. Isso está descrito em leis e constituições, mas será que hoje os tais justiceiros sociais estão lutando por essa máxima, ou apenas em favor de interesses próprios?
O livro (In)Justiça Social vem depois de Teorias Cínicas, no qual os autores debateram sobre o impacto dos ativismos da pós-modernidade Nesta obra os autores mergulham, especialmente, no que diz respeito às militâncias e seu real papel em debates sobre minorias. Com base em pesquisas acadêmicas, a obra é focada em falar para o público geral.
Você já deve ter lido que ser obeso também é saudável, que não existe gênero biológico, que valorizar o trabalho e o sucesso são traços de uma supremacia branca e por aí vai. Também já disseram que só algumas pessoas podem usar certas roupas e penteados e interpretar certos papéis no teatro e no cinema. Muitas teorias absurdas andam por aí e os autores pretendem desarticular as mentiras e mostrar os objetivos ocultos de quem lança e promove certas narrativas em benefício próprio.
Como se vê, estão aí boas ideias e argumentos para fortalecer, realmente, os princípios da igualdade e o acesso verdadeiramente democrático aos bens da vida, como ocorreu e ocorre em civilizações mais prósperas.
Enfim, este livro sintético nos faz pensar e refletir sobre a avalanche de teses exóticas e baseadas em argumentos subjetivos e que passaram a dominar discussões sobre raça, gênero, identidade e outros tópicos do "politicamente correto".
Lançamentos
- O Poder do Encantamento (Editora Planeta-Estratégia, 254 páginas, R$ 44,00), do consagrado professor e empresário José Galló, mostra as lições do grande executivo que transformou a pequena Renner, que tinha oito lojas, em uma corporação gigante hoje com mais de 600 e avaliada em bilhões de dólares.
- Poalaroides Urbanas (Parangolé, 188 páginas, R$ 59,00), do professor, escritor e doutor em Letras Breno Serafini, homenageia os 250 anos de Porto Alegre e traz imagens da arte urbana da cidade, que o autor captou com seu celular. São 166 fotos de página inteira, em cores intensas.
- Nunca pensei em ser atriz (Ardotempo, 144 páginas), da grande atriz e professora Suzana Saldanha, apresenta um belo mosaico de memórias intensas como ela e sua vida, que sempre encantaram e impressionaram a todos quantos estiveram com ela, nos palcos e nas plateias. Foram muitos.
Hitler e Stálin, os tiranos e a Segunda Guerra Mundial
Não há dúvida de que, para entender as intrincadas situações da política mundial atual, é preciso estudar e analisar acontecimentos históricos que ocorreram há algumas décadas, em especial aqueles que marcaram os trágicos anos da Segunda Guerra Mundial, entre 1939-1945. As posições dos líderes e das nações precisam ser reestudadas e novas análises devem ser feitas.
Hitler e Stálin - Os tiranos e a Segunda Guerra Mundial (Editora Planeta - Selo Crítica, 592 páginas, R$ 124,90) do premiado historiador britânico Laurence Rees, ex-Diretor de programas de História da BBC e autor de livros que tratam das atrocidades cometidas pelos nazistas na Segunda Guerra, é, acima de tudo, um estudo profundo e fundamentado que ocupou trinta anos da carreira de Rees.
O selo Crítica, criado na Espanha em 1976, é reconhecido pela qualidade sobre títulos de história e divulgação científica e, no Brasil, já publicou nomes como Noam Chomsky, Madeleine Albright e Niall Ferguson. A obra monumental de Rees se enquadra perfeitamente nas características do selo Crítica e oferece ao leitor brasileiro visões renovadas sobre aspectos históricos que muitos já consideravam esgotados pelos estudos feitos até o momento.
Quais as grandes diferenças entre Hitler e Stálin? Até onde os regimes eram semelhantes? Em que proporção Stálin e Hitler moldaram o tempo em que viveram e até que ponto o tempo os moldou? Rees dedicou trinta anos pesquisando o período e conheceu centenas de pessoas que viveram sob os governos dos dois tiranos. Não apenas pessoas que sofreram, mas também os que apoiaram entusiasticamente os ditadores. Os encontros com as testemunhas e as coisas intrigantes ditas por elas resultaram nesta caudalosa obra, que quer jogar novas luzes nos líderes e no período.
Acima de tudo, o grande livro de Rees, com documentos inéditos e centenas de relatos, nunca publicados, de soldados e civis, desafia concepções equivocadas que vêm se repetindo há décadas sobre os dois líderes e monta um retrato comparativo desses dois personagens centrais da história contemporânea. Se de um lado o Holocausto de Hitler é e sempre será uma das maiores barbáries da história, este livro nos mostra que, igualmente, não podem ser esquecidos os crimes bestiais cometidos por Stálin.
Este livro de Rees veio depois de décadas de trabalho do autor sobre o Terceiro Reich, o stalinismo e a Segunda Guerra. Com o passar do tempo Rees começou a pensar sobre a comparação dos líderes e de seus regimes. Depois de muita pesquisa e reflexão, o autor focou sua atenção no período de 1939-1945, os anos da Segunda Guerra.
É claro que a matéria é complexa, polêmica e que provavelmente os estudos e reflexões sobre ela jamais terminarão, mas essa obra de Rees certamente contribui para que se pense com mais amplitude sobre os tiranos, a guerra e os movimentos ocorridos.
A propósito...
Nesse momento de crise praticamente mundial em que estamos envoltos, com autoridades e ideologias em exame, a obra de Rees mostra como os dois líderes tiranos estudados contavam com a fé em um lider redentor. A obra revela como era figuras paternas severas, que venderam seus sonhos de uma utopia com uma convicção absoluta. Os sonhos vendidos atingiam os indivíduos e o futuro deles, assim como filhos, filhos por nascer e futuros netos. É bom lembrar que os tiranos nunca se encontraram, mas consta que estavam conscientes um do outro e até se admiravam em sua crueldade. Infelizmente ainda temos tiranos por aí, mas livros como o de Rees nos auxiliam a observar a história com outros olhares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário