quinta-feira, 7 de abril de 2022


07 DE ABRIL DE 2022
+ ECONOMIA

"Crise inédita na história" da indústria

A Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) diagnosticou ontem uma "crise inédita na história do setor". O problema é a imprevisibilidade. Essa condição é atribuída ao quadro formado por desorganização do suprimento, escassez e alto custo de matérias-primas, inflação da pandemia e da guerra, disparada do frete internacional, juro alto e câmbio "irregular".

Segundo o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, o fato de ser "inédita" não quer dizer "pior". Ele pediu um levantamento direto com direções de empresas por perceber que relatos informais divergiam das médias estatísticas. A consulta foi feita com 30 atividades fabris.

- O resultado nos surpreendeu, por isso decidimos compartilhar. Ouvimos informações que chegam a assustar. Para trazer um contêiner do Exterior, que era até US$ 2 mil antes da pandemia, agora custa até US$ 20 mil. Quem fabrica por encomenda, como eu (sua empresa, a Weco, produz máquinas e equipamentos), vende agora para entregar depois e não sabe se o preço vai cobrir o que gastou - diz Petry.

Na consulta, apareceram 10 atividades em queda, 10 estáveis e sete em alta. Outras três afirmaram que é "impossível comparar" anos tão atípicos. Um dos elementos de inquietação é a queda do dólar. No ano passado, a disparada do câmbio permitiu ao setor local, que exporta muito, ter resultados melhores do que a média nacional. A queda neste ano, de quase 17%, tem efeito oposto:

- Empresas fizeram contratos de exportação com base no dólar a R$ 5,50, agora tem de entregar e receber R$ 4,60. Dá um susto.

Petry diz que é "obrigação" da entidade informar o problema aos sindicatos que estão negociando reajustes de salários:

- É para não correr o risco de dar e não ter como pagar. É a pior situação que tem, o empregado acha que foi enrolado.

E vai ter mesmo um gaúcho no comando da Petrobras

Até parece que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, queria mesmo um gaúcho no comando da Petrobras. Convidou Décio Oddone, o ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que não aceitou, e indicou oficialmente Marcio Weber para a presidência do conselho, com José Mauro Coelho na presidência-executiva da empresa.

Foi a solução "caseira" possível diante da pressão do presidente Jair Bolsonaro para produzir uma saída que não exigisse pedir ao atual presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, para esticar sua permanência no cargo. Weber já integra o conselho de administração da Petrobras. Entrou para o colegiado no ano passado, quando houve a troca de Roberto Castello Branco por Silva e Luna. É formado em Engenharia Civil pela UFRGS, mas está há anos fora do Rio Grande do Sul. Antes de entrar para o conselho, era diretor da Petroserv, uma fornecedora de sondas para a Petrobras. Entrou na estatal em 1976, e chegou à direção da subsidiária Braspetro. Nessa condição, chefiou a representação da estatal brasileira em Tripoli, na Líbia.

Em 2021, a entrada de Weber no conselho não ocorreu sem polêmica. Chegou a ter o nome rejeitado, por ser ligado à Petroserv, fornecedora da Petrobras - o recorrente problema do conflito de interesses. Na época, argumentou que não havia prestado serviço diretamente à estatal. O problema foi superado, mas pode reaparecer, já que agora o cargo tem mais responsabilidade.

No setor de petróleo, Weber é considerado um executivo com experiência internacional, enquanto Coelho é visto mais como um tecnocrata, sem perfil de executivo. A coluna ficou intrigada, então, por que as indicações não foram invertidas. A tese é de que Albuquerque quis colocar na presidência-executiva uma pessoa mais próxima a ele.

Em um mês, quem quis viajar pelo Brasil pagou até 45% mais caro por passagens aéreas. É o que indica levantamento do buscador de viagens Kayak, que comparou preços entre fevereiro e março. O destino cujo preço decolou mais alto foi Florianópolis (SC): a diferença sobre o mês anterior foi de 45% a mais. Em seguida, aparecem os tíquetes para Brasília (41%). São Paulo e Rio de Janeiro tiveram acréscimo idêntico, de 40%.

Quem precisou vir ou voltar de Porto Alegre pagou 28% a mais em março. O levantamento aponta preço médio de R$ 1.077 por passagem. A capital gaúcha aparece empatada com Belo Horizonte (MG) na proporção de alta, mas a passagem para a capital mineira é mais barata: tem valor médio de R$ 888.

A pesquisa considera buscas feitas de 1º a 15 de março para viagens entre 1º de março e 31 de dezembro, em voos entre todos os aeroportos do Brasil. Um dos motivos da alta é o aumento do combustível de aviação. Pesam, ainda, os níveis de oferta e demanda, da malha aérea, da variação cambial, da antecedência de compra, e da temporada - se é alta ou baixa.

de redução na quantidade de água gasta para produzir um jeans - em média, espantosos 5,1 mil litros por unidade - é a promessa da Riachuelo com sua nova linha Pool Premium, assinada por Renato Kherlakian (ex-Zoomp). Segundo o estilista, a economia foi condição para fazer a parceria. A produção é na fábrica da marca, em Fortaleza (CE).

MARTA SFREDO

Nenhum comentário: