09 DE DEZEMBRO DE 2019
POLÍTICA +
Como fica o RS se pacote for rejeitado
Não é preciso ter bola de cristal para prever o que acontecerá com o Rio Grande do Sul nos próximos anos se a Assembleia rejeitar o pacote do governador Eduardo Leite. São os números das contas públicas que indicam um cenário de terra arrasada se nada for feito. E os servidores, que resistem às mudanças, acabarão pagando a conta, com salários congelados e pagos cada vez mais tarde.
A primeira consequência de uma eventual rejeição em bloco das medidas é o fim das negociações para a adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal, que assegura a suspensão do pagamento da dívida por três anos e abre caminho para a tomada de empréstimos. O pacote é um dos pilares do plano apresentado à Secretaria do Tesouro Nacional e definido como consistente pelo secretário Mansueto Almeida.
Se forem mantidos os adicionais de tempo de serviço e as atuais alíquotas da Previdência, o déficit seguirá crescendo, o que elimina qualquer perspectiva de reajuste salarial no curto e médio prazo. No caso dos professores, sem alteração no plano de carreira a perspectiva, segundo tem alertado o governador, é de que em pouco tempo todos estejam recebendo o completivo para não ficar abaixo do piso nacional.
Sem pagar a dívida, o Estado não está conseguindo manter os salários em dia. Se estivesse pagando o que deve à União, a folha estaria com pelo menos nove meses de atraso. O temor no Piratini é de que o Supremo Tribunal Federal suspenda a liminar que mantém suspenso o pagamento da dívida.
São ajustes para garantir a aprovação de pelo menos parte substancial do pacote que o governo começa a discutir com os aliados a partir de hoje.
ROSANE DE OLIVEIRA
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