sexta-feira, 13 de dezembro de 2019



12 DE DEZEMBRO DE 2019
MARTA SFREDO

PIB freia, mas pode chegar a 3% no ano

No segundo trimestre, a alta de 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul em relação ao período imediatamente anterior foi tão surpreendente que levantou especulações sobre a precisão do indicador, o primeiro divulgado depois que o Departamento de Economia e Estatística (DEE) retomou o cálculo da geração de riqueza no Estado. 

Na época, a coluna não duvidou nem do compromisso dos servidores do Estado nem de que seria um resultado de absoluta exceção. O período de julho a setembro confirma as duas questões e se alinha à sensação média no Estado: a economia marcou passo ante o mesmo período de 2018 e encolheu 0,5% em relação ao trimestre anterior, o do resultado de exceção. Era previsível.

Além de não contar com a movimentação da safra agrícola, o recuo no PIB de julho a setembro foi influenciado ainda pela desaceleração de alguns segmentos da indústria, que teve um período muito melhor de janeiro a junho.

No entanto, graças ao desempenho acumulado no primeiro semestre - e por conta do recuo relativamente discreto no terceiro trimestre, o PIB do RS acumula alta de 2,7%. Esse dado compara o período de janeiro a setembro deste ano aos primeiros nove meses de 2018, Está muito acima da variação média nacional, de 1% entre janeiro e setembro, e bem perto das projeções mais otimistas para o ano, como a do economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, que prevê alta de 3,14% para todo 2019.

Fundão da discórdia

O Congresso poderia ter encerrado 2019 sem o desgaste da discussão envolvendo o aumento do fundo eleitoral. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reconhece que o valor precisa ser reduzido, de R$ 3,8 bilhões para R$ 2,5 bilhões. Mesmo assim, haverá aumento de R$ 500 milhões em cima do previsto inicialmente pelo governo para o ano que vem. 

Quem defende a manutenção de algum reajuste são os caciques dos partidos, descolados da realidade do ajuste fiscal em todo o país. Pressionados em suas bases eleitorais, deputados já identificaram que há mais prejuízo político do que ganhos na defesa desse aumento. Por isso, cresce o movimento para que o voto seja nominal. Por tradição, a votação do orçamento geral é por acordo. 

Mas, no caso do fundão, quem defende a retirada de dinheiro da educação e da saúde para financiar campanha precisa mostrar a cara. E é bom que fique claro: a discussão não é se o financiamento será público ou privado, isso já foi definido. A democracia tem um preço e a verba sai do Tesouro. O que não se admite é o abuso.

MARTA SFREDO

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