13 DE DEZEMBRO DE 2019
+ ECONOMIA
A BYD e o RS
O interesse da chinesa BYD (Build Your Dreams) em comprar a linha de montagem que a Ford fechou em São Bernado do Campo surpreendeu o mercado, especialmente porque envolveria a produção de caminhões elétricos. No Estado, a Randon considera a BYD uma parceira, porque a chinesa usa seu centro tecnológico para certificar seus produtos para o Brasil.
103 Pontos-base foi o nível atingido ontem pelo risco Brasil nos Credit Default Swaps (CDS), espécie de seguro contra calotes de governo. É o menor desde maio de 2013, antes da crise, um dia depois de a Standard & Poor?s colocar a nota do país em perspectiva positiva, o que significa possibilidade de melhora do conceito atual, BB. Em maio de 2013, o Brasil ainda tinha nota de risco em grau de investimento, dada a países considerados bons pagadores.
À margem das taxas de juro estratosféricas
MARGOT GREENMAN, CEO da Captalys
Uma fintech comandada por uma americana e um brasileiro - Luiz Claudio Garcia de Souza, ex-Pactual - cresce à sombra das taxas ainda altas cobradas na vida real, apesar de o juro básico ser o menor da história. A Captalys tinha R$ 3 bilhões em ativos no ano passado e deve fechar este com R$ 11 bilhões. Margot Greenman, o rosto da empresa, explica como funciona a plataforma e como veio parar no Brasil, há 11 anos.
Qual é o negócio da Captalys?
É uma plataforma de crédito com modelo de negócio alternativo. Para ganhar dinheiro, o banco usa recursos dos poupadores para emprestar e cobra uma diferença, que é chamada de spread. Não estamos dizendo que esse modelo não é mais cabível, mas existe dinheiro fora dos bancos, como em fundos de pensão, responsáveis por investir para o futuro coletivo. Ligamos quem considera atraente investir em ativos diferentes a empresas que precisam dar crédito a seus clientes. Crédito não é um bem final, é um meio. Por isso, entendemos quem já tem o cliente para vender também pode oferecer crédito sem parar à espera do banco. É uma possibilidade de vender mais e acrescentar outra receita.
As fintechs solucionam a concentração bancária no Brasil?
Acho difícil. Há três grupos de fintechs. O primeiro é das que têm modelos de negócio rentáveis no Brasil por distorção de mercado, como as "maquininhas" de cartão. O segundo é das que fazem o mesmo, só com tecnologia melhor, e o terceiro é das que têm modelo alternativo, como a Captalys.
Por que uma americana veio ao Brasil abrir uma fintech?
Foi tudo muito orgânico, não acordei um dia e decidi abrir um negócio no Brasil. Quando saí da faculdade, fui trabalhar em um banco de investimentos, e o primeiro projeto foi no Brasil, com grandes clientes. Acabei virando referência de profissional que conhecia o Brasil. Depois, vi que banco de investimento não combinava muito com meu espírito e fui para o Banco Mundial, que estava mais alinhado com a forma que queria atuar no mundo. Fiz mestrado e decidi: chega de Brasil. Aí o projeto que mais me encantou era no Brasil. Nunca imaginei que 11 anos depois ainda estaria aqui. Temos tecnologia desenvolvida no Brasil por brasileiros.
MARTA SFREDO
Nenhum comentário:
Postar um comentário