sábado, 14 de dezembro de 2019


14 DE DEZEMBRO DE 2019
RODRIGO CONSTANTINO

Trunfo e escudo


A ativista do meio ambiente Greta Thunberg foi escolhida como “pessoa do ano” pela revista americana Time. A turma “progressista” foi ao delírio, especialmente porque a decisão veio um dia após o presidente Bolsonaro chamá-la de “pirralha”. Foi ignorado o fato de que a escolha não diz respeito a méritos e conteúdo, e sim ao destaque e influência no noticiário, para o bem ou para o mal. Tanto que Hitler, Stalin, o aiatolá Khomeini, Putin e também Trump já ocuparam o mesmo lugar.

Aqueles que vivem no mundo infantil da estética, no qual aparências valem mais do que resultados concretos, costumam admirar a menina. Tudo o que importa é o monopólio dos fins nobres, sinalizar virtudes. Ela seria, nesta ótica, uma idealista que luta para preservar o planeta. Já os adultos realistas entendem se tratar da exploração de uma garota rica e mimada, que mata aula para servir a uma agenda política com viés socialista, mascarada pela causa ambiental.

Greta sabe gritar, apontar dedos, bancar a vítima enquanto destila ódio e paranoia, como se a Terra estivesse à beira da extinção. Isso tudo em nome da ciência, o que é bizarro. É pura ideologia e catastrofismo, de quem demonstra profunda ingratidão com o fato de viver numa das eras mais prósperas e livres da história da humanidade.

Mas há um motivo importante para o uso dela como instrumento dessa causa: justamente o fato de ser uma pirralha. Ou seja, sua tenra idade vira um trunfo para os ambientalistas, que exploram isso para mostrar uma juventude engajada, “consciente” e preocupada com o futuro. Ao mesmo tempo, a idade vira um escudo assim que o teor de sua fala passa a ser analisado. Quando chegam as críticas, por conta de vários clichês ridículos, os ecoterroristas alegam que estão atacando uma garotinha.

Ser fedelha é trunfo e escudo ao mesmo tempo, eis o truque.

Os jovens de Hong Kong arriscam a vida para protestar contra a ditadura comunista chinesa e preservar suas liberdades básicas. A pirralha mimada pegou um veleiro, repetiu clichês na ONU, gaguejou fora do script. Quem é a pessoa do ano, reverenciada pelos “progressistas”? Mundo doido e hipócrita!

RODRIGO CONSTANTINO

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