O livro celebra um dos maiores tesouros da família Brontë: dois manuscritos inéditos de Charlotte
REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO/JC
Os manuscritos perdidos (Faro Editorial, 176 páginas, R$ 59,90, tradução de Thereza Christina Rocque da Motta e revisão de Tuca Faria) apresenta textos inéditos da imortal escritora Charlotte Brontë, encontrados num dos livros que pertenceu à matriarca dos Bontë. O material foi recuperado em 2015.
Numa edição especial de capa dura, o livro celebra um dos maiores tesouros da família Brontë: dois manuscritos inéditos de Charlotte, sendo um texto em prosa e outro com 77 versos. Além dos manuscritos inéditos, incluindo anotações do pai de Charlotte e esboços de seu irmão Branwell, o volume traz textos dos principais especialistas em Brontë no Reino Unido, contextualizando a importância da descoberta para a obra da autora e as suas influências no mundo literário.
Em novembro de 1812, um barco que transportava um baú de pertences de Maria Bradwell naufragou. Quase tudo se perdeu. Um dos poucos artigos recuperados do naufrágio foi The remains of Henry Kirke White, de Robert Southey, publicado em 1810. Este livro era um dos tesouros da família Brontë e foi nas páginas e rodapés dele que, em 2015, foram encontrados os escritos inéditos de Charlotte.
Quando Patrick Brontë faleceu, em 1861, os livros da família foram leiloados e muitos seguem desaparecidos. O catálogo do leilão refere que o livro onde estavam os manuscritos foi comprado pelo reverendo J.H.Wood, de Haworth. Recentemente, a Brontë Society o recomprou e, após a descoberta dos manuscritos, resolveu editá-los em um livro.
"É difícil conceber a importância desse livro - um objeto imbuído de perda, mas imensamente marcado pela presença dos filhos Brontë. Também é um objeto que trouxe surpresas - um novo conto e um poema juvenis de Charlotte foram descobertos escondidos dentro dele - para o deleite dos estudiosos dos Brontë", escreveu Judi Dench, presidente da Sociedade Brontë.
A história desse livro "salvo das águas" é fascinante, assim como é extraordinária a história da família Brontë, e agora os novos leitores e estudiosos podem pensar, analisar e criticar a vida e a obra destes notáveis Brontës.
Conto de Natal
Foi convocada coletiva de imprensa em nível mundial, para o dia 24 de dezembro de 2028, nos escritórios da nova Fundação Global Care, criada por John Smith, pouco antes de seu falecimento. Ele morreu em poucos meses, em virtude de um câncer galopante. No edifício-sede de 80 andares da Fundação, na Quinta Avenida, em Nova Iorque, os jornalistas aguardavam ansiosos pela manifestação deixada pelo então homem mais rico do mundo, que mantivera em total segredo sua doença e seus desejos finais.
Proprietário de empresas de petróleo, redes de comunicação, corporações da área digital, bancos e outros patrimônios bilionários, John, que iniciou vendendo apólices de seguros, sempre foi absolutamente low-profile e deixou raras imagens de si e pouquíssimas entrevistas e declarações.
Tal como acontece na Fundação Nobel, a divulgação foi prevista para ser feita para todos, simultaneamente. O bilionário já havia destinado algumas dezenas de milhões de dólares para pesquisas sobre o câncer que o afetou, mas os jornalistas não tinham a menor ideia do que estava por ser revelado.
Na hora marcada, o porta-voz da Fundação Global Care leu as palavras do falecido: "Cidadãos do mundo: cresci do nada, filho de uma família humilde e jamais imaginei que chegaria onde cheguei. Dizem que sou o homem mais rico do mundo, mas isto nada significa para mim agora. A notícia do meu estado de saúde e da morte que me levaria poucos meses depois me fez pensar em muitas coisas. Não pensei em um túmulo faraônico, estátuas, pinturas ou coisa assim. Não é meu perfil. Não pensei em simplesmente encaminhar soluções burocráticas para minha família e meus negócios. Eu queria mais do que isso. Pensei então em doar praticamente todo o meu patrimônio para a Fundação Global Care.
Deixei bens para meus familiares e colaboradores, mas quase 100% de meu patrimônio deixo para os pobres do mundo. Planejei distribuição, na medida do possível, do dinheiro para necessitados de todos os continentes, da forma mais democrática e equitativa possível. Alguns me disseram para deixar a Fundação atuar apenas com metas para ajudar os pobres a estudar, se preparar para o trabalho e para o empreendedorismo. Me disseram para não fazer caridade direta. Pensei e achei melhor dar o peixe e não o caniço para os realmente mais carentes. Ou seja: uma parte do patrimônio ficará para ações sociais e a maior parte será distribuída diretamente aos famintos. Agora que estou em outra dimensão, peço a todos que repensem sobre a vida e seus caminhos.
A vida é um sopro, um tempo meteórico e, no meu caso, foi ainda mais rápida do que imaginei. Nos últimos dias, na cama do hospital, pensei que a memória, o amor e a solidariedade eram as essências. Sei que só vou realmente morrer quando ninguém mais lembrar de mim e, então, humildemente, peço que tenham as melhores memórias possíveis sobre mim, um ser que conquistou tanto, acumulou tanto e que agora ingressou no mundo infinito do tempo.
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