quarta-feira, 3 de abril de 2019


03 DE ABRIL DE 2019
OPINIÃO DA RBS

AS MELHORIAS NO AEROPORTO

A conclusão de parte das obras de expansão do Salgado Filho mostra o quanto é possível compensar falhas do setor público com projetos bem conduzidos de concessões

A entrega aos usuários das novas áreas de check-in, embarque e desembarque no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, demonstra o quanto todos podem sair ganhando quando parcerias entre os setores público e privado são conduzidas com eficiência. Com a inauguração das melhorias, que asseguram mais facilidade e comodidade aos passageiros, as atenções se voltam agora para o cronograma de obras restantes, que inclui desde a redefinição de lojas até a conclusão do novo estacionamento, mas principalmente a tão aguardada ampliação da pista do complexo.

A conclusão dessa nova estrutura depende da realocação das famílias residentes na área até o final do ano. E é decisiva, pois vai permitir a elevação do número de voos e a circulação de aeronaves de maior porte. Uma vez atendidos os requisitos contratuais e legais, não há justificativa para que a burocracia atrase a ampliação.

O setor produtivo é o maior interessado na conclusão dentro do prazo previsto pela concessionária alemã Fraport. Enquanto a ampliação não é concluída, empresas gaúchas precisam recorrer a caminhões para enviar mercadorias a outros aeroportos, como o de Guarulhos, em São Paulo. Muitos desses itens são destinados a exportação, o que eleva o preço final, tornando a produção local menos competitiva em relação à de Estados com melhor infraestrutura. A particularidade de metade das obras previstas até 2021 já estar concluída é um fato promissor para o Rio Grande do Sul, que, só no Salgado Filho, já foi contemplado com investimentos de cerca de R$ 800 milhões nessa etapa.

É significativo que, ao assumir a administração do Salgado Filho, em janeiro de 2017, a concessionária tenha sido levada, de imediato, a demolir uma obra prevista para estar à disposição dos usuários há mais de um ano, na qual o setor público já havia despendido mais de R$ 30 milhões. Na época, a empresa alemã chegou à conclusão de que sairia mais barato começar tudo de novo. Com a decisão, demarcou um novo padrão de investimentos baseado num cronograma rígido, que os usuários começam a ver cumprido.

A conclusão de parte das obras de expansão do Salgado Filho mostra o quanto é possível compensar falhas do setor público com projetos bem conduzidos de concessões. As parcerias com o setor privado se firmam cada vez mais como uma alternativa em áreas como a de infraestrutura.

OPINIÃO DA RBS

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