terça-feira, 9 de abril de 2019



09 DE ABRIL DE 2019
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Cem dias de emoção...

Nestes últimos dias, o Brasil viveu de forma diferente. Observou-se um choque no país, e ele foi transmitido ao vivo, em cores e nos horários da programação da mídia convencional com a retumbância de uma revolução. Sem perceber, muita gente boa começou a tocar um tambor da resistência, do inconformismo, de até raiva e, muitas vezes, com a causa desconhecida. Queriam, talvez, um outro resultado nas eleições, não necessariamente que vencesse o outro candidato finalista, mas queriam algo diferente, não tão assustador e que não viesse com tantas propostas de mudança. 

Queriam o politicamente correto, aquele xarope que a esquerda deu pra tosse do povo nos últimos 24 anos com um veneninho dentro: um Estado dependente de si mesmo e que proteja a todos os que sabem dele se beneficiar. Aí, só servem governos que assim fazem, e desafiar este conceito é ameaça ao sistema, aos privilégios e a todos. Aí vem reação...

Daí surge uma sequência de teses quixotescas: precisamos de cubanos na medicina se não vai ser o caos, podemos ter empréstimos para Cuba e Venezuela (nunca se atacou isto com verdadeiras unhas e dentes), mas se curvar aos Estados Unidos e, pasmem, se aproximar de Israel é um absurdo! É mesmo? Queremos, em cem dias, resultados pra ontem e, se não vierem, talvez já caiba um processo de impeachment (nosso presidente passou 20 dos cem no hospital levando o terceiro talho da vida no abdômen e de ponta a ponta). E como ele pode falar que não nasceu para presidente e, sim, para capitão?

Enquanto isto, o governo entrega dois projetos estruturais para o Legislativo, e não surgiu muita gente para louvar o trabalho e, sim, para afirmar que, sem "articulação", a coisa não vai. O sistema exige "articulação"! Quem trabalha para o governo não está acostumado a trabalhar com os níveis de pobreza da falta de "articulação". Mas o presidente continuou segurando cargos e benesses e informando que fora eleito para mais desmanchar do que construir. 

Observando o ministro Paulo Guedes dirigindo sua caravana no Congresso, com os lobos uivando, me envergonhei um pouco da nossa cidadania que suporta a santa ignorância. Foram sete horas de tortura mental a um cidadão de bem, que está criando e, humildemente, apresentando soluções para o país, e que se encerraram na linguagem científica do Olavo de Carvalho envolvendo progenitores. Foi emocionante. Mas valeu!

RICARDO FELIZZOLA

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