quinta-feira, 25 de abril de 2019



25 DE ABRIL DE 2019

+ ECONOMIA

DÓLAR ESPELHA DESÂNIMO

Tão esperada, a aprovação da proposta de reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira, não tranquilizou investidores e especuladores. Ontem, dia seguinte à tumultuada sessão em que avançou a tramitação da PEC 06/2019, o dólar subiu para quase encostar em R$ 4. Às 14h10min, a moeda americana atingiu R$ 3,9935. No fechamento, houve ligeira desinflada, mas ainda no patamar mais elevado do ano, de R$ 3,9877. A maior cotação anterior havia sido registrada em 27 de março, a R$ 3,9545, dia seguinte ao não comparecimento do ministro Paulo Guedes à CCJ.

Parte da alta se deve, como sempre, ao estresse com o futuro da principal reforma do governo Bolsonaro e com persistentes sinais de que a economia brasileira marca passo - com risco de dar marcha à ré - neste início de 2019. O fechamento de 43.196 postos de trabalho com carteira assinada em março, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, quando analistas previam abertura de 80 mil, contribuiu para aprofundar a percepção de que existe risco de um recuo no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. Além disso, o Serasa apontou recorde histórico no número de brasileiros inadimplentes: 63 milhões. Havia expectativa de que o volume de contas atrasadas que freiam o consumo tivesse parado de aumentar.

Também houve preocupação com a pesquisa do Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) que mostrou baixa aprovação (35%) do presidente Jair Bolsonaro. Embora não tenha registrado queda na popularidade, mostra que a má avaliação não foi temporária. Um presidente enfraquecido, na análise do mercado financeiro, terá menos capacidade de sustentar o ambicioso projeto de reforma da Previdência. Outra parte decorreu de alta global do dólar frente a outras moedas depois de informações de crise no acordo entre governo e oposição para saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

NA SONDAGEM INDUSTRIAL DA FIERGS DE MARÇO, MAIS UM SINALDE ATENÇÃO: SURGIU UMAALTA INDESEJADANOS ESTOQUES DAS EMPRESAS. O NÍVEL FOI DE 54,5 PONTOS, ACIMA DO REGISTRADO EM MAIO DE 2018 (54,2), O DA FATÍDICA GREVE DOS CAMINHONEIROS.

MARTA SFREDO

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