09 DE ABRIL DE 2019
DIÁRIOS DO MUNDO
Reino Unido fecha o cerco ao Facebook
O governo da primeira-ministra Theresa May pode ser criticado pela maneira titubeante com que tem lidado com o Brexit, a saída britânica da União Europeia. Mas quanto à proteção de dados e responsabilização de empresas de redes sociais, como o Facebook, o Reino Unido está anos-luz à frente do Brasil e de seus pares europeus.
Como parte de um plano de ação único no mundo divulgado ontem, o governo pretende responsabilizar individualmente executivos de empresas de tecnologia pelo conteúdo nocivo publicado e ameaça inclusive fechar as plataformas infratoras. É o que está sendo chamado de Livro Branco, que lança bases para uma legislação que pode ser aprovada nos próximos meses.
O texto foi desenvolvido após consultas a magnatas das mídias sociais, como o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e enfrentou pouca resistência de outras companhias que também são acusadas de permitir a propagação de mensagens de ódio e assédio. O plano, que inclui a criação de um órgão regulador independente, visa abordar diretamente todos os tipos de conteúdo tóxico, como incitação à violência ou ao suicídio e disseminação de fake news.
- O que estamos propondo é que as empresas que publicam conteúdo gerado por usuários assumam maior responsabilidade para garantir a segurança de seus usuários - disse à rede britânica BBC o ministro de Cultura e Meios de Comunicação, Jeremy Wright.
São propostas pioneiras em todos os sentidos. O Livro Branco vinha sendo discutido desde que a empresa de Zuckerberg foi acusada de ter cedido dados de usuários a outras gigantes da tecnologia como Microsoft, Amazon e Netflix.
Segundo a agência de notícias AFP, May alertou as empresas de que "elas não fizeram o suficiente" para proteger os usuários e que o governo estava disposto a agir.
- É hora de fazer as coisas de maneira diferente. As companhias devem começar a assumir as responsabilidades de suas plataformas e ajudar a restaurar a confiança do público nessa tecnologia - disse May.
Apesar dos reiterados pedidos de desculpas feitos por Zuckerberg e promessas de implantação de controles, ficou explícita a incapacidade da empresa, por exemplo, em impedir a transmissão ao vivo pelo Facebook do ataque realizado em 15 de março por um supremacista branco em mesquitas da Nova Zelândia.
POBRE LÍBIA
O fim da ditadura de Muamar Kadafi não significou paz para os cidadãos da Líbia. Pelo contrário: o país mergulhou no caos. Um dos senhores da guerra, o marechal Khalifa Haftar deflagrou ofensiva para tomar o controle da capital, Trípoli, e do aeroporto (foto) apesar dos apelos internacionais para que cessem as hostilidades.
Há risco de um novo conflito generalizado no país rico em petróleo e o terceiro a vivenciar a Primavera Árabe, em 2011. As potências mundiais têm sido incapazes de chegar a um acordo nas Nações Unidas sobre uma declaração pedindo que as forças insurgentes interrompam a ofensiva.
Defecções
Donald Trump exonerou o diretor do Serviço Secreto dos EUA, unidade policial encarregada da proteção do presidente e de outras autoridades. Randolph Alles será substituído por James Murray. Fala-se em uma limpa em vários órgãos de Estado ligados ao governo, que é marcado pela grande rotatividade no alto escalão.
Derrota
O partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sofreu fortes derrotas nas eleições regionais do país, consideradas um termômetro da popularidade do governo. A se confirmarem os resultados, será o fim do domínio governista na capital, Ancara, e na maior cidade do país, Istambul.
RODRIGO LOPES
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