15 DE ABRIL DE 2019
ARTIGO
A REINVENÇÃO DO CUIDADO MÉDICO
Há uma revolução em marcha nos consultórios e nos hospitais que mudará para sempre a relação entre os pacientes e os seus médicos. É a Saúde Digital. Diretamente relacionada com o processo chamado Revolução 4.0, ela é uma realidade. Permite eliminar, ou pelo menos reduzir, os limites entre os mundos físico, digital e biológico.
A chamada Saúde 4.0 incorpora um amplo conjunto de conhecimentos: inteligência artificial, bioinformática, genética, robótica, entre outros. Abrange áreas e produtos que utilizam tecnologia avançada de comunicação possibilitando diagnosticar, monitorar marcadores biológicos e prestar serviços remotos.
A aplicação da tecnologia de informação em medicina é uma das áreas de maior potencial para o progresso da atenção à saúde no nosso país. Dispomos de plataformas de sensores e “gateways” para monitoramento online que permitem acompanhar pacientes e inclusive prescrever medicamentos a partir de informações colhidas em tempo real. Ciência e tecnologia nos acompanham, desde a roupa que vestimos à comida da nossa mesa, nos mais diversos contextos da vida.
Os produtos da “tecnologia assistiva” são disponíveis e têm plena aceitação: aparelhos para audição, marca-passos, próteses, medidores implantados de insulina, entre outros. O emprego da tecnologia avançada permitirá a individualização do cuidado ao identificar os riscos de doença, antes mesmo de ela se manifestar. A medicina de precisão, ou personalizada, também avança graças à tecnologia de ponta. Poderemos proporcionar tratamentos mais específicos, eficazes e eficientes conhecendo as características genéticas e estilos de vida das pessoas. Há questões para serem discutidas: aspectos relacionados à regulamentação dos processos, segurança e privacidade dos dados e custo da implementação dos programas.
A relação médico-paciente, com as estratégias adotadas na Saúde 4.0 será beneficiada. O conhecimento em tempo real dos exames e a possibilidade da opinião de especialistas durante as consultas permitirá uma comunicação mais franca, humana e transparente com os pacientes, geralmente fragilizados pelas dúvidas. Por último, é prudente lembrar que inteligência artificial pressupõe inteligência humana. Urge que capacitemos nossos jovens para que dominem as novas tecnologias. É confortador saber que o Ministério da Saúde está se preparando, e bem, para a Saúde 4.0.
THEMIS REVERBELDA SILVEIRA
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