09 DE ABRIL DE 2019
INFORME ESPECIAL
A DERROTA DO BICHO-PREGUIÇA NO ZOOLÓGICO DE SAPUCAIA
Eles não votam nem opinam mas, se pudessem, estariam felizes. Menos felizes do que se vivessem livres na natureza, mas dada a realidade de que muitos não sobreviveriam fora das jaulas, por não saberem se alimentar e se defender dos predadores, este é o melhor dos quadros.
Entregar o Zoo de Sapucaia a quem entende do assunto é um gesto tão óbvio, que deveria ter sido desenhado há anos. Ainda faltam aparecer os interessados, o trâmite da papelada e as inevitáveis ações judiciais. Não há caranguejos em Sapucaia, mas, se houvesse, até eles, dessa vez, bateriam suas garras em sinal de regozijo.
Se esse edital de concessão do zoo, publicado ontem, fosse um animal, seria um bicho-preguiça – do tamanho de uma máquina pública pesada e lenta. Demorou. Parece que agora vai. É inaceitável que um Estado como o Rio Grande do Sul, à beira do abismo financeiro, desperdice energias cuidando de elefantes e de tamanduás. Eles merecem coisa melhor. Há servidores qualificados no zoo e estes certamente poderão ser reaproveitados no novo modelo. Não faz o menor sentido, porém, que o poder público se meta a fazer o que não sabe. Tomara que apareçam vários candidatos a administrar o zoo e que o vencedor da licitação invista e lucre com a sua eficiência.
Os zoológicos mudaram nas últimas décadas. Alguns acolhem apenas animais feridos ou que, por terem nascido em cativeiro, não sobreviveriam em outro lugar. O nosso também mudou e deveria ser cada vez mais assim para que cumpra, de forma saudável, com o seu papel de aproximar as pessoas da biodiversidade do planeta.
A concessão do zoo de Sapucaia mereceria uma festa das espécies que nele habitam. Mas a maior celebração deveria ser de uma espécie encontrada em outro hábitat: Homo sapiens gaúcho, que não terá mais seus impostos destinados a comprar comida para leões e ursos e que ganhará um espaço mais organizado e funcional para aprender sobre seus vizinhos de planeta.
RESPOSTA À TRAGÉDIA
Está em estudo o desenvolvimento de um plano de prevenção a tiroteios em escolas de Porto Alegre. Com o alerta à segurança de profissionais e estudantes, aceso pelos incidentes em Suzano e Realengo que tiraram a vida de 22 pessoas, o vereador Mauro Zacher (PDT) quer construir um protocolo de segurança que guiará as ações de direção e alunos em eventuais situações de risco.
A iniciativa tem parceria com a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) e leva em conta que fatores como o abandono familiar e a falta de investimentos em educação colocam o Brasil em uma zona de risco para a proliferação de tragédias.
O debate público "As escolas após o massacre de Suzano" será no próximo dia 11 de abril, na Câmara Municipal.
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O Informe Especial segue, no Twitter, FERNANDO SCHÜLER
@fernandoschuler: Se a reforma da Previdência fosse realmente “contra os mais pobres”, sua aprovação não seria muito difícil, pois os mais pobres não têm lobby em Brasília. A reforma é difícil exatamente porque mexe com quem tem poder de pressão e sabe usá-lo, no Congresso.
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