08
de setembro de 2014 | N° 17916
DAVID
COIMBRA
Um toma forma, o outro se
desmancha
O
time do Grêmio começa a tomar forma, enquanto o time do Inter se desmancha.
No
sábado, o Grêmio foi protagonista de um grande jogo. Contra uma equipe que
vinha de cinco vitórias, num Maracanã que rugia com os gritos de quase 60 mil
flamenguistas, Luiz Felipe fez o que devia fazer sempre, seja em jogo no Rio,
seja em Porto Alegre: escalou três volantes. Não quaisquer volantes: três
volantes que sabem jogar bola. Esse Walace, um afro-brasileiro de quase dois
metros de altura, esse é um achado de Felipão: volante macio e duro ao mesmo
tempo, um dobermann na meia-lua.
O
outro volante, Fellipe Bastos, tornou-se o iniciador de todas as jogadas de
ataque e o líder técnico do time. E o terceiro, Biteco, tem força e categoria,
tanta categoria que às vezes se torna temerário.
Para
arrematar, Felipão colocou o zagueiro certo ao lado de Rhodolfo: Geromel, que
corrigiu os defeitos da bola aérea. E o atacante de velocidade certo ao lado do
centroavante: Dudu, que, escalado como o ponta que é, tornou-se o ponta que é:
rápido, driblador.
Esse
é o velho e bom Felipão. Está reconstruindo o Grêmio.
Já o
Inter está se desintegrando diante dos olhos esbugalhados da sua torcida, e
dizer que é diante da torcida não é força de expressão: nas últimas semanas, o
Inter foi batido, dentro do Beira-Rio reformado, por Ceará, Bahia e, agora,
Figueirense.
Repito:
Ceará, Bahia e Figueirense, que são, exatamente, Ceará, Bahia e Figueirense, o
terceiro mundo do futebol brasileiro.
Por
Ceará e Bahia o Inter foi derrotado com facilidade, correu o risco de ser
goleado. Ontem, o Figueirense não teve facilidade, mas a derrota foi mais
grave, porque o Inter vencia por 2 a
0 até o intervalo. No recôndito do vestiário colorado, algo de muito sinistro
aconteceu. E, no do Figueirense, a luz inundou a fronte de Argel, seu time
voltou a campo rearranjado, deu uma pressionadinha e fez três gols.
É o
terceiro fiasco do Inter contra três times médios, dentro de casa. As luzes
vermelhas se acendem no Beira-Rio. E não são luzes de comemoração.
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