sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Jaime Cimenti

No dia da República

No dia da República - graças a Deus, feriadão - vamos caminhar, passear e brincar pelas praças, dando um tempo naqueles lances brabos e atuais de segurança, educação e saúde. Nós, coroas, vamos lembrar dos tênis conga, dos uniformes azul e branco do colégio e dos desfiles de Sete de Setembro, quando os anos eram dourados, o Brasil andava de JK e a bossa nova era a trilha sonora de um filme maravilhoso. Vamos lembrar aqueles velhos livros de História, de um tempo em que havia heróis e a narrativa era em preto e branco, sem grandes nuances.

No dia da República, vamos pensar, de leve, que esse País não é para amadores, como disse o Tom Jobim, e que o parto dele é demorado, como sintetizou o poeta João Cabral de Melo Neto. No dia da República, vamos comemorar os quase 30 anos da Nova República, uma balzaquiana esperta, nascida do movimento Diretas Já. No dia da República, vamos sonhar com melhores mecanismos estatais de controle, com contas públicas e privadas mais ajustadas e com novas atitudes.

No dia da República, os silêncios, as vozes roucas e os gritos das ruas vão seguir pedindo mudanças, reformas e um novo País. Reformas políticas, fiscais, administrativas, o que der para mudar para melhor. No dia da República, a vontade de um novo pacto federativo vai pairar sobre os campos e as cidades, pedindo mais autonomia para os estados e municípios, onde verdadeiramente moram e vivem os cidadãos.

No dia da República, vamos tentar pensar no bem coletivo e refletir que, com as uniões e associações possíveis, poderemos bem mais. No dia da República, tomara que o sol ilumine os campos, as cidades, as serras, o interior, os rios, as capitais, e tomara que dê praia, que a gente precisa pegar uma cor, agora que está chegando mais um verão.

No dia da República, vamos caminhar, correr, fazer ginástica, que o verão está pintando. No dia da República, vamos pensar no que temos de melhor e colocar nosso foco num futuro digno, com debates em alto nível nas eleições, repletos de palavras, ideias, coisas concretas e sonhos.

No dia da República vamos torcer para que nossos representantes se comportem de forma republicana, exercendo o poder nos conformes e pensando que, se não for assim, podem ser mandados de volta para suas casas. No dia da República, vamos sorrir e nos divertir como se fôssemos jovens de uma república estudantil, donos do futuro, mas estudando um monte.


Nenhum comentário: