
4
de novembro de 2013 | N° 17604
PAULO
SANT’ANA
Entre a crença e a dúvida
Sobre
acreditar ou não em Deus, tenho algumas considerações a fazer.
Há quem
acredite em Deus cegamente e há quem acredite em Deus e reza para ele levando
em conta que possivelmente ele exista.
Eu
confesso exatamente que não sei bem o que é fé. A gente tem de ter firme opinião
de que Deus existe ou a gente fica em dúvida sobre a sua existência e, por via
das dúvidas, reza para ele? Qual das duas posições implica fé? Ambas podem
implicar?
Eu
até penso que a fé que uma pessoa nutra não necessita de prova de que Deus
existe. Ou seja, nunca se teve um sinal material ou físico de que Deus existe e
mesmo assim se crê nele inabalavelmente.
Ou
seja, não se cultiva nenhum critério de verificação de que Deus existe e assim
mesmo se acredita nele incondicionalmente.
Esta
me parece a verdadeira fé.
Parece-me
impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo. Isto é, só pode ter realmente fé quem
não duvida de que Deus existe.
É o
caso aquele da história de São Tomé, de ver para crer: no meu sentido, São Tomé
exigia de Cristo que esse provasse que era filho dileto e direto de Deus.
Ou
seja, sempre me pareceu que São Tomé, enquanto Cristo não provasse que era
filho ungido de Deus, não acreditaria nele.
Mas
se São Tomé acabou sendo apóstolo de Cristo, então é porque de alguma forma o
Messias mostrou a Tomé que era membro da Santíssima Trindade. Sendo assim,
Cristo comprovou materialmente a Tomé que era o ungido, e Tomé se entregou
afinal à crença inamovível que estava diante do Messias.
Mas
então eu pergunto: qual a fé mais legítima? A de quem nunca viu sinais
materiais de que Deus existia e assim mesmo crê nele, ou a de quem viu com seus
olhos e notou com seus sentidos de que Deus existia? A fé mais integral para
mim é a de quem nunca viu sinais materiais da existência de Deus e mesmo assim
proclama-o como Senhor do Universo.
Não
pode ter fé quem desconfia de que Deus existe. Para ter fé, é preciso apostar
que Deus existe. “Aposto minha vida em que Deus existe ou aposto todos os meus
bens em que Deus existe”, esse tipo de pessoa me parece que tem fé concreta em
Deus.
Já São
Tomé precisava ver para crer. E a legítima fé não necessita de ver para crer,
basta que ela se verifique ao acreditar por lógica, por sentir, por pressentir
que Deus existe.
Mas
até entre os apóstolos se deu esse drama do crer ou não crer em Jesus como Deus:
não foi só com Tomé, com Pedro também aconteceu a dúvida, tanto que ele negou
Jesus por três vezes enquanto o galo cantava.
E eu
faço uma pergunta incômoda, talvez até cretina: se até entre alguns apóstolos
que conviveram com Jesus havia dúvidas, que vão deixar para nós que não
apalpamos Cristo, que não convivemos com ele e só soubemos dele pelos
Evangelhos?
Podem
me criticar, mas eu gostei do Grêmio. Claro que empate em casa é coisa ruim. Mas
o Botafogo perdeu para o Goiás e recompensou esse tropeço gremista.
Imaginem,
tive que torcer desesperadamente para o Inter ganhar do Atlético Paranaense, o
que daria ao Grêmio o segundo lugar na classificação.
A
vida tem disso, às vezes ela nos obriga a nos abraçarmos com o rival.
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