
05
de novembro de 2013 | N° 17605
PAULO
SANT’ANA
A revolução Zé Roberto
Não
se diga que fui eu que excitei ou incitei a torcida gremista a pedir que Renato
Portaluppi escale Zé Roberto no time titular.
Não
fui eu.
Foi
um movimento espontâneo e admirável nascido no seio da torcida gremista que
rebentou num aplauso retumbante dos torcedores quando Zé Roberto, faltando
somente 10 minutos para terminar o jogo contra o Bahia, saudando a entrada
tardia, lamentavelmente tardia, do jogador em campo.
Retumbante
aplauso.
É quase
evidente que Renato não vai escalar Zé Roberto contra o Atlético PR amanhã, no
jogo mais importante do ano para o Grêmio até agora.
Mas é
ainda mais evidente que a torcida gremista está pedindo a Renato que escale Zé Roberto,
eu diria até que a torcida está exigindo que Renato escale Zé Roberto. Se
Renato não soube ler esse apelo da torcida, se revelará insensível.
Mas é
deprimente que Zé Roberto jogue apenas os 10 minutos finais como aconteceu domingo
passado.
Está
nas mãos de Renato, portanto, não só o destino de Zé Roberto como o destino do
Grêmio na Copa do Brasil e no Brasileirão.
Renato
não tem de jogar quebra de pulso com a torcida. Tem de escalar Zé Roberto e ver
o que vai dar. Eu acho que vai dar consagração para o Grêmio.
Se
Renato quer a consagração do Grêmio, que decida, portanto.
Nunca
houve em toda a história do Grêmio um movimento tão ostensivo como este: a
torcida inteira pedindo no estádio e nas redes sociais, assim como em todas as
emissoras, que Zé Roberto volte a ser titular. Nunca houve. E Renato não pode
ser surdo a esse apelo coletivo monumental.
O
comportamento de Zé Roberto ao aceitar a reserva tem sido exemplar. Nunca
pronunciou uma só palavra de descontentamento, nem sequer de desconforto, por
estar na reserva. Calou, participou dos treinamentos com afinco e conformou-se
com a reserva. Ora, Renato tem de considerar isso tudo.
Mas
tem de considerar acima de tudo que Zé Roberto é o maior valor técnico do
plantel do Grêmio, além de seu passado na Seleção Brasileira e nos clubes que
integrou.
E
Renato nunca se mostrou teimoso.
Eu
tenho fé em que Zé Roberto jogue amanhã. E que jogue muito mais que apenas 45
minutos. Eu aposto até que vai jogar 90 minutos.
Está
nas mãos de Renato a questão.
Mas
que esta questão não estoure nem nas mãos, nem na consciência, nem no destino
do Grêmio.
Que
estoure vitoriosamente no gramado, com Zé Roberto jogando, que é a única coisa
que se sabe que ele sabe fazer.
E
será que Renato sabe ser humilde?
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