sábado, 3 de março de 2012



03 de março de 2012 | N° 16997
NILSON SOUZA


Meus super-heróis

Batman foi eleito o melhor super-herói de todos os tempos, na frente do Super-Homem e do Homem Aranha. A eleição foi promovida pela revista Comic Heroes e apontou a lista dos 10 personagens de histórias em quadrinhos mais amados pelo público. Observando-se a relação, percebe-se que este também é um mundinho machista: apenas a Mulher Maravilha entrou no seleto grupo.

O curioso desta escolha é que Batman nunca teve superpoderes. Tanto no desenho quanto nos filmes, ele se destaca pela inteligência, pela agilidade e pelo uso de alguns recursos tecnológicos que facilitam a escalada de paredes e voos mais longos. O fascínio dos fãs talvez esteja exatamente no fato de que, por baixo da máscara, oculta-se um homem comum, que despreza armas e se vale da coragem e do senso de justiça para combater o crime.

Mas as pessoas se identificam também com seu arqui-inimigo histórico, o Coringa, um bandido com cara de palhaço e cabelos verdes, que diverte o público com suas maldades e seu sorriso indesmanchável. Tanto que esta semana a polícia pernambucana prendeu um vigarista que portava, entre várias carteiras de identidade, uma com a foto do ator Jack Nicholson, que interpretou magistralmente o Coringa no filme dirigido por Tim Burton.

De minha parte, confesso, nunca fui muito fanático pelos super-heróis dotados de poderes fantásticos. Meu personagem de HQ preferido sempre foi Asterix, o gaulês, que só ganhava força descomunal quando tomava a sua poção mágica. Seu maior poder é a inteligência. Em segundo lugar, eu elegeria Lucky Luke, um caubói politicamente incorreto, que usa armas de fogo e fuma, mas também é do bem.

E consegue sacar mais rápido do que a própria sombra. Também ele tem inimigos preferenciais, os irmãos Dalton, uma escadinha de quatro facínoras em ordem crescente de altura e estupidez, todos muito divertidos. E o personagem mais esperto da história é o cavalo do herói, Jolly Jumper, que tem tiradas verdadeiramente hilárias.

Diante dessas figurinhas, o homem-morcego perde a graça. Gosto mais de personagens sem a arrogância dos super-heróis que voam e se transformam em criaturas sobre-humanas. Amo especialmente aqueles que usam ideias como arma, o que me lembra a incomparável Mafalda, do genial argentino Quino. Quando a argúcia substitui a força, as mulheres têm vez.

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