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sábado, 3 de novembro de 2007
FRANCISCO ALVES FILHO
Agora vem o mais difícil
Confirmado como sede da Copa de 2014, o Brasil terá o desafio de entregar o País em ordem e seguro
COMITIVA O anúncio da Copa foi acompanhado por 12 governadores.
Depois de uma campanha de 12 anos movida por governantes, cartolas e esportistas, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, confirmou na terça-feira 30, em Zurique, o Brasil como país-sede da Copa de 2014. Passada a euforia pela conquista, é hora de encarar com firmeza os desafios que virão pela frente.
A tarefa é duríssima. Para que a organização do torneio seja um sucesso, será preciso fazer várias obras monumentais, como a construção de quatro estádios, além de melhorar a infra-estrutura de transportes – em especial, nos aeroportos – e, desafio dos desafios, garantir a segurança pública.
O custo anunciado para o evento, de US$ 6 bilhões, deverá crescer bastante. Presente à solenidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que está confiante. “A Fifa pode estar certa de que faremos o dever de casa e em 2014 teremos um Mundial para argentino nenhum botar defeito”, declarou, provocando os eternos rivais.
É bom cumprir a promessa. Nos planos de melhoria da infra-estrutura de transportes estão previstas muitas ousadias.
Como a criação do trem-bala que fará a ligação entre Rio e São Paulo e a construção da ferrovia Transnordestina. Até mesmo a finalização de Angra 3 e das usinas do complexo do Rio Madeira foram incluídas pelo governo em um plano de esforço para evitar um apagão durante o evento.
“É preciso criar o PAC da Copa”, defende Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia. “Mas a maior parte dos investimentos deve sair da iniciativa privada”, defendeu. A partir de agora, o País terá que se modernizar, organizar e equipar em todas as áreas, principalmente nos Estados em que haverá disputas.
O presidente Lula, com a taça Fifa, diz que fará o dever de casa
A julgar pela quantidade de políticos presentes em Zurique, não faltará torcida. Além do presidente, dois ministros, 12 governadores e dezenas de assessores presenciaram a escolha da sede da Copa. José Serra (SP), Jaques Wagner (BA), Eduardo Campos (PE) e José Roberto Arruda (DF) disseram ter viajado por conta própria.
Os governadores Eduardo Braga (AM) e Ana Júlia (PA) alegaram que a CBF pagou suas despesas. A entidade, no entanto, nega. Quanto aos demais, ainda não se sabe. Na cerimônia, Romário e Dunga representaram os esportistas, mas a ausência de Pelé foi muito comentada.
O ex-jogador negou que o motivo seja inimizade com o presidente da CBF. Tampouco confirmou que a razão seria incompatibilidade comercial: Pelé é garoto- propaganda da Mastercard, enquanto a Copa é patrocinada pela Visa.
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