quarta-feira, 21 de novembro de 2007



MELCHIADES FILHO

Velha jovem guarda

BRASÍLIA - Os pré-candidatos tucanos fecham o primeiro ano de governo sem ter o que celebrar em público. José Serra não imprimiu uma marca a sua administração, e Aécio Neves contentou-se em requentar o discurso do choque de gestão do primeiro mandato.
No cenário nacional, os dois só não repetem por falta porque deixaram digitais em algumas operações subterrâneas, como a sucessão da Câmara, a CPMF e o trator contra a CPI do Corinthians.

É pouco, frustrante até, podia-se dizer, não fosse o fato de que essa cautela toda era mais que previsível. A expectativa em torno do nome do PSDB na cédula é tão grande, e a disputa interna tão acirrada, que Aécio e Serra são como elefantes em uma loja de cristais. Não arriscam um movimento em falso.

A surpresa de 2007 é que governadores da nova safra também tenham optado pelo recolhimento. Jaques Wagner (PT-BA) alega que atolou na tarefa de desmontar a máquina carlista. Mais provável é que não saiba o que fazer para evitar que o PMDB assuma o espólio.

Montado em naco gordo do PAC, Eduardo Campos atua de olho em 2014/18. Será que sonha ser colega de chapa e sucessor de Lula 3º? Ele só se ausentou de Pernambuco para cimentar o controle sobre o PSB e monitorar as ações do correligionário-e-futuro-rival Ciro Gomes.

Aliás, o ano mostrou que, sem antes considerar o impacto sobre os projetos do irmão, Cid Gomes nada falará -dentro ou fora do Ceará. Teotônio Vilela Filho (PSDB) deve demorar mais um tanto para transpor as ruínas de Alagoas e do "embaixador" Renan Calheiros.

E Marcelo Déda pareceu satisfeito em representar Sergipe nos fóruns sempre inconclusos do PT.

O carioca Sérgio Cabral (PMDB) foi o único que abriu o bico e lançou debates, ainda que por vezes tenha enfiado o pé na jaca. O resto da jovem guarda passou a vez. Seu silêncio pode ser tático, circunstancial ou sinal de pura inexpressão.

mfilho@folhasp.com.br

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