segunda-feira, 12 de novembro de 2007



12 de novembro de 2007
N° 15416 - Ruy Carlos Ostermann


Bens da vitória

Nada que uma vitória desejada e obtida no último minuto não possa trazer como recompensa: os jogadores entraram em férias de uma semana, voltam adocicados para jogar contra Palmeiras e Goiás, os últimos jogos da temporada, depois vão jogar o torneio de Dubai, talvez possam fazer uma pequena pré-temporada, e voltam talvez ainda mais felizes.

Alex foi escolhido o melhor jogador porque, de fato, no segundo tempo da retomada do jogo pelo time, ele soube assumir uma gerência técnica.

E ficará por muito tempo gravado na memória do torcedor, já tão ressabiado com a crueldade dos últimos minutos, aquela bola curva, insolência de dois dedos preferenciais do pé, que entrou dois palmos acima do que poderia subir a mão do goleiro Fábio.

O lance da falta foi discutido pelos jogadores do Cruzeiro, mas era verdadeiro; tentando proteger o rosto de uma bolada o zagueiro Leo Fortunato instintivamente estendeu os braços e fez o pênalti.

Foi um jogo de defesas competentes e ataques débeis. Não por acaso Abel e Dorival trocaram de atacantes. O Inter ficou bem melhor, mas salvou-o uma bola parada de último minuto, o que não deixa de ser uma advertência.

Na semana Abel perdeu Fernandão com dores musculares e, com 15 minutos, a grande estrela anunciada do sábado, Nilmar, numa queda sentiu dores no ombro e não voltou no segundo tempo. Foram duas perdas irreparáveis que acabaram prejudicando o solitário Iarley.

Só restou ao técnico advertir na coletiva de imprensa, depois do jogo, que não abre mão dos três atacantes, Fernandão, o machucado da véspera, Nilmar, a vítima do jogo, e Iarley, o abandonado.


Afetivas

De todas as alegrias e o conjunto apreciável de certezas ficou do sábado, mas já dos dias anteriores de um noticiário enviesado, a ponta de incerteza sobre o futuro do jovem Roger.

Ele já fora identificado como um jogador de muito futebol, foi promovido, mudou de domicílio e tem sido aproveitado. Já deu provas suficientes de futebol: Roger tem arranque - uma qualidade superior e pouco comum - , tem drible, é inteligente e, suprema dotação para jogar futebol de competição, tem força.

Sábado, porque não revelava nenhuma dessas virtudes - circulava livremente nas arquibancadas o noticiário da semana com sua danação moral - , Roger foi vaiado e teve de sair no intervalo.

A administração do futebol terá de se incumbir da tarefa delicada de restauração. Depois do jogo, Abel Braga registrou só as inconveniências técnicas de Roger no jogo. Pode ser o caminho para evitar os julgamentos de outra índole.

Vai faltar

Agora, vão faltar pontos, jogos, e o sonho da Libertadores ficou distante. Se vencer os dois jogos que faltam, o que já será uma proeza, o Grêmio fará, no máximo, 60 pontos, o que não garante absolutamente nada. Ontem, perdeu no Morumbi de pênalti, tinha um bom enfrentamento com o São Paulo, mas em campo o Grêmio tinha praticamente um time misto.

Essa é a última grande dificuldade do técnico Mano Menezes: ele não tem mais peças de reposição, teve de recorrer ao estreante Maylson, deu nova oportunidade para William Magrão e Ramon e, por fim, a Everton.

O jovem Marcelo Grohe foi o substituto de Saja. O São Paulo, como se anunciava pelas preocupações de Rogério Ceni só deixou Souza para o encerramento.

Foi o mesmo time aplicado e eficiente, com forte marcação e grande movimentação no campo. Dagoberto, que foi a razão da escolha de Patrício e não de Bustos, que ficou no banco, jogou interessadamente e foi destaque.

Estou com o braço direito engessado e na tipóia (obrigado ao traumato do Pronto Socorro pela prontidão e diagnóstico), tive de ditar esta coluna para a Nilse e vou para o Bem, Amigos, porque o Sassá acha que fica bem.

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