Aumento do barril pressiona Petrobras
Só nos últimos três dias úteis, o petróleo tipo brent acumula alta de 6%, o que levou o barril de volta ao patamar de US$ 80, que não era atingido há quatro meses. A pressão veio com a projeção de que novas sanções dos Estados Unidos ao óleo russo forçariam compradores da Índia e da China a buscar outras fontes, apertando os limites de oferta e demanda. Ontem, houve baixa de 1,35%, para US$ 79,92.
A última vez em que a cotação orbitou os US$ 80 foi em julho de 2024, quando o dólar estava cotado a R$ 5,60. Agora, o barril nesse patamar "encontra" a moeda americana na faixa entre R$ 6 e R$ 6,10, uma alta de quase 9% só no câmbio.
Se até agora era o preço do barril que ajudava a Petrobras a segurar reajustes de combustíveis, agora esse papel está em questão. A combinação das duas altas eleva a pressão para que a Petrobras repasse para os preços dos combustíveis.
Em uma recente entrevista, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que, ao "abrasileirar" os preços dos combustíveis - referência à mudança da política de reajuste feita em maio de 2023 -, a companhia "ganhou dinheiro".
Em tese, significa que a estatal acumulou caixa ao não reduzir os preços quando o petróleo estava mais barato. Agora, poderia "queimar" antes de repassar, o que pressionaria ainda mais a inflação já alta. Mas ninguém sabe quanto tempo pode segurar - nem se há risco de novos problemas financeiros. Calculada sobre o sistema anterior, que previa paridade com o custo internacional, a defasagem dos combustíveis vendidos pela Petrobras estaria ao redor de 13%, no caso da gasolina, e de 22% no diesel.
Por isso, o prêmio (custo extra) dos contratos do primeiro mês em relação aos seguintes disparou para o nível mais alto em meses. Com o mercado pressionado, o volume de contratos baseados no tipo brent (principal referência internacional) na bolsa Intercontinental Exchange, de Londres, quebrou em 10 de janeiro o recorde que havia sido atingido em março de 2020, pouco antes da disseminação global da pandemia de covid-19.
A americana Goldman Sachs estima que 25% das exportações da Rússia foram afetadas por novas sanções americanas. Conforme a companhia, o barril tende a ir à máxima da faixa entre US$ 70 e US$ 85.
mercado futuro
O petróleo é negociado com base em preços futuros, até porque a entrega do produto também é feita bem depois da data da negociação. O valor de referência é o do segundo mês à frente. Agora em janeiro, por exemplo, a cotação que baliza o mercado é a de março. Mas também são cotadas entregas para os meses seguintes, com volume de negócios muito menor. No jargão do mercado, esses contratos são chamados "spreads de tempo".
Faltaram cinco centavos para que o dólar fechasse abaixo de R$ 6 ontem. A cotação caiu 0,85% com inflação menor nos EUA e esperança de contenção no "risco Trump", com novas informações sobre moderação em tarifas.
"Solução consensual" para 41 andares
Em documento de 28 de novembro de 2024, a Melnick pediu que a Justiça Federal faça audiência de conciliação com a Associação dos Amigos do Museu Júlio de Castilhos (Ajuc), autora de ação contra a construção de prédio de 41 andares na Rua Duque de Caxias, Centro Histórico de Porto Alegre.
Conforme o presidente da Ajuc e advogado na ação, Cláudio Pires Ferreira, uma portaria da Secretaria da Cultura do Estado (Sedac) estabelece o limite de altura de construção no entorno do museu em 45 metros, ou 15 andares, quase um terço do previsto no projeto da Melnick. Segundo o documento, o objetivo seria "viabilizar o contato entre as partes e favorecer o encontro de uma solução consensual".
Pires Ferreira diz que a associação está aberta ao diálogo. Mas argumenta que não é de competência da associação mudar o limite de altura na vizinhança, ponto que impede o início das obras do edifício.
Não temos nada contra a construção civil, sabemos que é importante para a economia. Nossa preocupação é preservar o museu mais antigo do Estado. A construção descaracterizaria o entorno - diz.
Em nota à coluna, a Melnick também afirma que "está sempre aberta ao diálogo". Conforme a empresa, a construção "atende aos anseios de apropriação do espaço pelos usuários e moradores do Centro Histórico".
As obras do prédio de 41 andares da Melnick ao lado do Museu Júlio de Castilhos estão suspensas desde janeiro de 2024. Em abril, a construção foi "indeferida" - ou seja, não autorizada - pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). _
30 anos de apoio à educação
Fundado em 1995 com o propósito de retribuir à sociedade brasileira as oportunidades que a família Ling recebeu depois de chegar ao Brasil na década de 1950, o Instituto Ling completa, em 2025, 30 anos de atuação com seu projeto de bolsas de estudos.
No período, em torno de 1,3 mil jovens foram beneficiados, somando cerca de US$ 10,5 milhões investidos em educação, com 453 bolsas de estudos para cursos de mestrado e pós-graduação e 922 para graduação e ensinos Fundamental e Médio.
Universidades renomadas de Estados Unidos e Europa, como Harvard, Stanford, Columbia, London Business School, Northwestern, MIT e NYU, já receberam bolsistas do Instituto Ling.
Entre os profissionais que passaram pelo projeto estão nomes de diferentes esferas, como João Villaverde (secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento), Samuel Kinoshita (titular da Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo) e Erica Butow (criadora e CEO da Ensina Brasil). _
Pergunta à Meta não quer calar
No documento de quatro páginas em que respondeu a questionamentos da Advocacia-Geral da União, a Meta afirma que a substituição do Programa de Verificação de Fatos pela política de "notas da comunidade" só tem efeito nos Estados Unidos. Mas já adianta que será um teste, antes da expansão para outros países.
Então, a pergunta que não quer calar é: se não chegará ao Brasil tão cedo, por que as regras da nova estratégia já estão até disponíveis em português?
Afinal, Mark Zuckerberg, dono de Facebook, Instagram e Threads, gravou um vídeo institucional - não foi flagrado por acaso em um bar - dizendo que a América do Sul tem "Cortes secretas". A AGU, claro, aponta "grave preocupação". _
Um revés na origem da cobiça por "petróleo gaúcho"
A Shell informou que vai declarar como perda um investimento de US$ 400 milhões feito na exploração de petróleo na Namíbia. Conforme a agência Reuters, a companhia informou que os recursos em um dos nove blocos sob sua responsabilidade "não podem atualmente ser confirmados para desenvolvimento comercial".
Embora a notícia do final da semana passada possa ser inquietante para as empresas que conquistaram o direito de explorar petróleo no litoral gaúcho, motivadas pela expectativa de que o subsolo marinho tenha características semelhantes às da Namíbia, é bom lembrar que a Shell e outras companhias fizeram descobertas efetivas na costa africana. Além da Shell, a portuguesa Galp fez uma grande descoberta em área diferente da costa da Namíbia.
Mas a empresa anglo-holandesa teve dificuldades técnicas e geológicas para o desenvolvimento dos recursos.
Em comunicado, a Shell afirma que "extração dos recursos descobertos apresenta desafios", mas os "extensos dados recolhidos mostram que ainda existem oportunidades". A petroleira diz, ainda, que continuará a "explorar potenciais caminhos comerciais para o desenvolvimento" da jazida. _
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