terça-feira, 21 de janeiro de 2025


21 de Janeiro de 2025
GPS DA ECONOMIA

Rota será turbulenta para fusão Azul-Gol

Prates vê dois níveis de dificuldade na aprovação da fusão. O primeiro é o avanço do acordo entre as empresas:

- O memorando de entendimento é muito vago, deixa a possibilidade de não avançar. A fusão só ocorre se as duas, lá na frente, estiverem financeiramente bem.

Caso avance, pondera que o Cade pode não autorizar, tamanha a concentração.

- O Cade é independente e orientado a tomar a decisão que garanta a concorrência. Mesmo que houvesse risco de falência, a fusão só seria aprovada se não houvesse opção melhor, e há opções melhores.

Quando o Cade aprova fusão que resulta em concentração, pode impor restrições.

- Seria obrigar a abrir mão de slots e vender para uma nova concorrente. A fusão representa cerca de 60%. Pode concentrar nas rotas da concorrente, jogando o preço para baixo e inviabilizando a nova.

E se for venda para a Latam?

- Nesse caso, não digo que as duas trabalhariam em cartel. Mas por que a Latam compraria briga com uma empresa tão grande se só vai perder? Nesse caso, o melhor para as duas seria manter o preço alto - foi a resposta. 

Adiamento de taxação e BC evitam alta do dólar

Ainda que tenha reforçado as ameaças de campanha no discurso de posse, Donald Trump deve adiar a que tem maior potencial de abalo no câmbio: o aumento do imposto de importação. A informação do jornal The Washington Post trouxe alívio global, e o dólar fechou ontem em R$ 6,041, queda de 0,4%.

A elevação de tarifas a produtos que chegam aos Estados Unidos tem potencial de gerar aumento de inflação. Com preços em alta, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) terá de ser mais cauteloso na redução do juro (detalhes acima).

Outros fatores influíram: houve menor número de negociações por ser feriado nos Estados Unidos - dia de Martin Luther King, citado até por Trump na posse -, e no Brasil o Banco Central (BC) fez intervenção no câmbio de US$ 2 bilhões. A injeção de dólares no mercado aumenta a oferta da moeda e tem potencial de diminuir a cotação.

O BC não informa o motivo para ter realizado a operação, anunciada na sexta-feira. A instituição já afirmou, tanto na gestão passada quanto na atual, que só intervém em caso de "disfuncionalidade". _

Marta Sfredo

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