segunda-feira, 5 de setembro de 2022


05 DE SETEMBRO DE 2022
+ ECONOMIA

Shopping adiado

O parque público à beira do Guaíba será aberto em outubro, como previsto, mas a abertura das lojas do Pontal Shopping (acima, a maquete), anunciada para novembro, foi adiada até abril de 2023. Segundo a administração, foi pedido dos lojistas para ter mais tempo de preparar os espaços entregues em agosto por SVBPar e Melnick. A primeira operação do shopping, uma megaloja da Leroy Merlin, funciona desde maio. Em outubro, devem se iniciar as operações do hotel Double Tree by Hilton, e começa a entrega das salas comerciais na torre.

ARRI COSER Presidente do conselho do Grupo MDR

Quando assumiu sua primeira churrascaria, a Fogo de Chão, Arri Coser não imaginava que, décadas depois, a marca estaria espalhada pelo mundo. Menos ainda que ele, com parte do dinheiro da venda, teria um grupo gastronômico com 22 unidades que devem empregar, até o final do ano, 800 pessoas. A origem do grupo MDR foi o restaurante Na Brasa (hoje NB), depois veio a compra do Maremonti. Na última quinta-feira, Coser inaugurou uma nova rede, Avec. É um dos passos de um ambicioso, mas cauteloso, plano de expansão, que prevê novas marcas também em Porto Alegre, onde tudo começou.

Chegou a hora de desengavetar a expansão?

Sim, esses projetos eram de 2020, que engavetamos porque não sabíamos o que ia acontecer. Acabamos de abrir um novo conceito em São Paulo, o Avec, que tem sotaque francês mas faz comidas do mundo, vai de sanduíches a pratos elaborados. Fizemos um quarteirão gastronômico com nossas três marcas. E duas operações que não são nossas, Pirajá Bar e Dengo Chocolate.

Vai ter só em São Paulo ou chegará a Porto Alegre?

A ideia é abrir uma de cada rede de restaurantes em Porto Alegre em 2023. Vamos com o Maremonti e, depois de ver como se comporta o Avec, levar também.

Os gaúchos conhecem pouco o Maremonti, qual é a história?

Nós fundamos o grupo em 2012, com o Na Brasa, em 2014 abrimos em São Paulo. No final de 2014, compramos o Maremonti, quando havia só três unidades. Agora são 12. É uma trattoria e pizzaria em que todos os ingredientes, do tomate à farinha, vêm da Itália.

Para restaurantes, a pandemia foi mais difícil?

Foi uma surpresa, não se sabia como trabalhar. Mas foi um aprendizado. No próximo problema, estaremos mais preparados. Vimos que o time estava engajado, valente. Agora estamos fazendo a nossa parte, em meio à incerteza, vamos investir e gerar mais emprego. Temos confiança de que o país vai dar certo.

O que dá essa confiança?

É um projeto de 20 ou 30 anos, de longo prazo. Quantos governos vão entrar e sair nesse período? Na pandemia, aprendemos a ser mais cautelosos, contrair o menos possível de dívidas. Com muitas, talvez não tivéssemos sobrevivido.

Como vêm reagindo as operações dos restaurantes?

Desde maio, vem superando 2019 em faturamento e fluxo. Mas a inflação consumiu a margem de lucro. A arroba do boi foi de R$ 140 a R$ 350. Temos de repassar aos poucos. Ainda falta um bom pedaço. As refeições fora de casa ainda vão ter reajustes neste ano e no próximo.

Como o grupo investe sem fazer dívidas?

Estávamos capitalizados em 2020. Deixamos de fazer aquisições e usamos o caixa para manter as lojas. O que sobrou, estamos colocando na expansão. É tudo com recursos próprios.

Imaginava ter um grupo desse tamanho?

Nunca pensei. E não imaginava que venderia uma rede 30 anos depois e criaria outra, que já tem 10. O que aprendi lá atrás tornou o caminho mais fácil.

MARTA SFREDO

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