terça-feira, 8 de março de 2022


08 DE MARÇO DE 2022
ARTIGOS

MAIS MULHERES PARA TRANSFORMAR

Anualmente, no Mês da Mulher, somos convidados a refletir sobre as desigualdades que ainda assolam nossa sociedade e o tanto que ainda precisamos avançar para que homens e mulheres tenham seus direitos garantidos. Muitas lutas foram travadas ao longo da história para que conquistássemos esses direitos, mas as ferramentas necessárias para colocá-los em prática são extremamente recentes e ainda se mostram insuficientes.

Foi só em 2003 que tivemos a primeira Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, proporcionando orçamentos específicos e um olhar especial para a pauta. A Lei Maria da Penha, considerada uma das melhores leis de proteção à mulher no mundo, foi criada há apenas 15 anos e serviu de inspiração para a criação de outros mecanismos ainda mais recentes de combate à violência, como a Lei do Feminicídio, em 2015, e a inclusão da violência psicológica contra a mulher no Código Penal ano passado. Porém, é nítido que ainda estamos longe de proporcionar oportunidades iguais para homens e mulheres e isso vai além da questão da violência. Já deveríamos estar discutindo mais profundamente pautas como equidade, empregabilidade e empreendedorismo, mas ainda estamos presos em uma problemática que priva as mulheres dos direitos mais básicos do ser humano: o direito à vida e o direito à dignidade.

A lentidão no processo de transformação da nossa sociedade passa essencialmente pelo fato de que a política, onde as decisões mais importantes sobre as nossas vidas estão sendo tomadas, ainda é conduzida por um grupo padrão de pessoas. Nós somos mais de 50% da população brasileira, mas hoje temos apenas 15% de parlamentares mulheres, por exemplo. Ou seja, a criação de leis e emendas que tratam sobre a vida das mulheres está sendo conduzida por uma imensa maioria que não sabe o que é ser mulher. 

É urgente que tenhamos mais pluralidade em todos os espaços de decisão, com mulheres construindo políticas públicas, evitando retrocessos e participando efetivamente da condução do nosso país e do nosso Estado. Enquanto nossas mulheres tiverem menos oportunidades por serem mulheres, enquanto elas estiverem sofrendo violência doméstica, enquanto nós não formos suficientemente representadas na política, nós não poderemos mudar de assunto. Igualdade e nem um direito a menos: que esse seja sempre o nosso lema. 

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