14 DE MARÇO DE 2022
INFORME ESPECIAL
Ronco da discórdia
Voltaram a crescer nos últimos dias as queixas de porto-alegrenses com o barulho das motocicletas com escapamento aberto na Capital. As reclamações começaram a ganhar força a partir do início da pandemia, quando os serviços de delivery passaram a ser mais usados e muita gente encontrou no serviço o ganha-pão. As ruas então mais vazias pareciam potencializar o ruído das motos para os cidadãos.
De um lado, a EPTC diz que vem apertando a fiscalização em relação a irregularidades em motocicletas e mostra os números. De outro, o Sindimoto-RS reclama que as abordagens não possuem caráter educativo e que a empresa não autua com laudo de um decibelímetro, equipamento que mede a pressão sonora.
No ano passado, a fiscalização da Operação Duas Rodas da EPTC flagrou 882 motociclistas sem Carteiras Nacional de Habilitação (CNH), em 21.050 abordagens. Em 321 operações realizadas, 7.222 pilotos foram autuados por algum tipo de irregularidade, 1.479 motos foram retiradas das ruas e 300 CNHs recolhidas. Os dados não discriminam quantas irregularidades seriam de entregadores, embora a maioria das reclamações recaia sobre esses trabalhadores.
Muitas motocicletas são adulteradas ou não têm os equipamentos obrigatórios para diminuir o ruído. Sobre isso, o presidente do Sindimoto-RS, Valter Ferreira da Silva, diz que vem reforçando a orientação nos canais oficiais da entidade para que os motoboys e entregadores permaneçam com suas motocicletas dentro do orientado por lei.
- Eu dou razão para a população que reclama. Tem alguns motociclistas do nosso meio que não são profissionais. Aqui nós somos educadores de trânsito - defende.
Além da fiscalização no trânsito, o diretor de Operações da EPTC, Cirilo Faé, diz que a empresa está à disposição para orientar a classe e reforça que há uma plataforma EAD com cursos gratuitos para aprimorar a profissionalização e a educação dos pilotos. Em relação às multas, argumenta que são aplicadas com base na constatação feita pelo agente de trânsito da adulteração no escapamento. A EPTC também sustenta que faz blitze educativas.
- Nós estamos preocupados com isso. Não só com o barulho, mas com as vidas que são perdidas no trânsito - diz Faé.
A EPTC orienta aos cidadãos que denunciem irregularidades pelo 156.
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