segunda-feira, 7 de março de 2022


07 DE MARÇO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

O VIÇO DO AGRONEGÓCIO

Em sua trajetória de mais de duas décadas, a Expodireto Cotrijal se consolidou como um dos mais importantes eventos do calendário anual do agronegócio brasileiro. Não foi realizada no ano passado devido à pandemia, mas agora volta, em sua 22ª edição, em um momento particularmente desafiador para o campo devido à estiagem que castiga o Rio Grande do Sul e outros importantes Estados produtores de grão e às incertezas relacionadas ao suprimento de fertilizantes causadas pelo conflito em curso no Leste Europeu. A mostra realizada em Não-Me-Toque, município conhecido como a capital nacional da agricultura de precisão, se inicia hoje e vai até sexta-feira.

O sucesso de uma feira como a Expodireto não deve ser sempre medido pelo volume de negócios. O mais importante, neste ano, não será superar os R$ 2,6 bilhões movimentados em 2020. Talvez o mais relevante, agora, seja a troca de impressões e discussões em torno de temas que levam inquietação ao campo, como os entraves à irrigação, impactos da invasão da Ucrânia nos custos do setor, tendência dos preços das commodities agrícolas e a busca por auxílio oficial para mitigar as dificuldades acarretadas pela falta de chuva. E isso será possível na vasta programação com fóruns e debates organizada pela Cotrijal, uma das cooperativas mais bem-sucedidas do país. Em momentos cercados por dúvidas, ter uma noção mais clara do que pode vir faz a diferença para um planejamento consistente nas propriedades, seja qual for o seu porte.

A Expodireto, por outro lado, costuma ser o ponto de encontro de quem quer conhecer as novidades tecnológicas e os novos equipamentos que levam mais produtividade para lavouras e outras atividades rurais. Independentemente da escolha do momento de fazer um investimento de vulto, os empresários do campo sabem que conhecer as inovações e incorporá-las a seu dia a dia, mais cedo ou mais tarde, é questão de manter-se competitivo. Além da quebra da safra, o juro alto e as indefinições quanto a crédito, neste momento, são dificultadores de negócios.

Mas não se pode esquecer que, em uma atividade a céu aberto e sujeita a acontecimentos globais que mexem com os mercados, anos ruins e nublados por incertezas não são novidade. Graças ao incansável trabalho de sol a sol, os homens e as mulheres do campo têm feito o agronegócio do Rio Grande do Sul ser um dos mais prósperos do país. Frustrações pontuais têm sido, ao longo do tempo, suplantadas pela competência e pela dedicação.

A 22ª Expodireto, palco de negócios, debates e vitrine tecnológica, como acontece a cada edição, traz novidades. Uma delas é a possibilidade de visita virtual à feira, que permite conhecer dependências e estandes, além de acompanhar os eventos da programação, como fóruns e palestras, ampliando o alcance das discussões. Quem for presencialmente, por outro lado, encontrará protocolos sanitários modelares para minimizar riscos relacionados à covid-19. Assim, com inovações e adaptações, a mostra que se tornou, ao lado da Expointer, um dos orgulhos do Rio Grande do Sul retorna com viço renovado.

OPINIÃO DA RBS

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