sexta-feira, 16 de julho de 2010



Paris, sofisticação, estilo, glamour e história

Até hoje Paris é uma das cidades mais frequentadas por turistas de todas as partes do mundo. Lá os franceses inventaram a alta-costura, a gastronomia e os cafés chiques, entre outros adjetivos ligados à cidade. A partir do jovem, bonito e carismático rei Luís XIV, que reinou de 1643 a 1715, a sofisticação, o estilo, o glamour, a culinária e as artes se desenvolveram muitíssimo em Paris e outros lugares da França.

A essência do estilo – como os franceses inventaram a alta-costura, a gastronomia, os cafés chiques, o estilo, a sofisticação e o glamour, da professora norte-americana Joan DeJean, das universidades da Pensilvânia, Princeton e Yale, considerada uma das maiores autoridades em cultura francesa do século XVII, trata da história da criação dos padrões de elegância que até hoje imperam em nossas vidas.

Até 1669, diamantes eram pedras insignificantes e somente em 1667 os primeiros postes de iluminação pública se acenderam em Paris, a cidade-luz.

O clássico creme brûllée, uma das sobremesas mais pedidas nos restaurantes cinco estrelas, teve sua receita publicada pela primeira vez em 1691, num livro de culinária. No século XVII as primeiras butiques, decoradas com requinte e com atendentes elegantemente vestidas, abriram as portas em Paris e, desde 1670, com a criação do champanhe Dom Pérignon, uma celebração nunca está completa sem a bebida que faz as rolhas estourarem.

A obra da especialista Joan DeJean fala com profundidade de cabeleireiros, perfumes, moda, sapatos, botas, culinária, espelhos, agitação da cidade grande, criação do primeiro guarda-chuva, novos estilos de compras e de festas, sendo a Coda a mais magnífica.

Atualmente muitos criticam os excessos dos hábitos luxuosos e as ostentações, principalmente quando os luxos e os supérfluos são alheios, claro. Mas o fato é que o mercado dos artigos de luxo e o desejo por objetos caros e de bom gosto continuam.

O carnavalesco Joãosinho Trinta disse que pobre gosta de luxo e que intelectuais gostam de pobreza. Na França do século XVII era assim e assim continua. O mérito do livro de Joan é mostrar, com muitas ilustrações e com base em pesquisas, como tudo começou em matéria de estilo e sofisticação.

Mostra por que pessoas pagam uma fortuna por uma bolsa, que muitas vezes leva meses para ser entregue. Quanto ao que é demais ou de menos, cada um escolhe. O supérfluo de uns é o necessário de outros, dependendo do bolso, óbvio, e de outras considerações.

Civilização Brasileira, 350 páginas, mdireto@record.com.br.

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