sexta-feira, 9 de julho de 2010


Jaime Cimenti

Vida depois da morte, vida após a vida

Existe vida após a morte? A consciência, o espírito ou a alma sobrevivem após o desaparecimento físico? Até hoje não temos evidências mais concretas sobre essa questão fascinante. Ninguém voltou “do outro lado” para contar como é que é mesmo a grande passagem e se tem futebol, pessoas, cerveja e outras coisas no além.

Faz 20 anos que a pesquisadora Sonia Rinaldi estuda o assunto e trabalhou em uma tese de mestrado na PUC-SP, intitulada Transcomunicação: Interconectividade entre Múltiplas Realidades e Convergência de Ciências para a Comprovação Científica de Comunicabilidade Interplanos. Sonia quer comprovar, com gravações em aparelhos de áudio e vídeo, que após a morte física a consciência sobrevive.

A pesquisadora tem feito, inclusive, workshops sobre o assunto e espera contar com ajuda e apoio de pessoas, entidades e cientistas para levar adiante seus trabalhos. Igual a muitas pessoas, ando ocupado com muitas questões desta vida e geralmente descarto a possibilidade de tentar regressões a vidas passadas ou me dedicar a previsões sobre meus dias futuros.

Por enquanto, fico pensando que a gente só desaparecerá mesmo quando ninguém mais lembrar da gente e que as pessoas que se vão deixam pensamentos, emoções, energias, fotografias, filmes, afetos, palavras, criações, trabalhos, objetos, fundações, empresas, filhos, netos, bisnetos e até uns pilas, que lhes dão certa imortalidade. Guimarães Rosa escreveu que as pessoas não se vão, que elas ficam encantadas. Woody Allen disse que quer ser imortal em vida.

Concordo com os dois. Tomara que a pesquisadora Sonia Rinaldi siga descobrindo coisas interessantes sobre “o outro lado da vida” e que a gente tenha tempo para saber das novidades ainda nesta existência.

Meus entes queridos que se foram vivem nas lembranças de minha mente e do meu coração. Suas energias me acompanham nos dias reais, nas noites de sonho, nos passeios no Parcão, nas mesas de bares e restaurantes, nas viagens pelo mundo ou nas jornadas ao redor das paredes do meu quarto. Eles estão por aí.

Ainda não peguei gravador, computador ou telefone para gravar suas mensagens, mas não descarto a possibilidade. Por enquanto, a comunicação que tenho com eles me ajuda e me basta. Tomara que exista mesmo vida depois da vida. E que seja ainda melhor que esta aqui.

Jaime Cimenti

Ainda que com chuva, uma ótima sexta-feira e um excelente fim de semana

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