quinta-feira, 15 de julho de 2010


KENNETH MAXWELL

Tempos difíceis

A mais recente pesquisa de opinião pública do "Washington Post" e da rede de TV ABC, divulgada anteontem, oferece resultados preocupantes, especialmente para o presidente Barack Obama.

A confiança do público no presidente jamais esteve tão baixa, e quase 60% dos eleitores afirmam não confiar em que ele tomará as decisões corretas. Uma clara maioria de 54% dos entrevistados desaprova a condução que Obama vem dando à economia.

Cerca de dois terços dos eleitores se declaram zangados ou insatisfeitos com o governo federal. Pela primeira vez, o número de pessoas que desaprovam fortemente o trabalho que ele vem realizando supera de forma significativa o número dos que o aprovam.

Estamos a apenas quatro meses das cruciais eleições de meio de mandato presidencial, que definirão a maneira como Obama exercerá a segunda metade de seu mandato. A reversão de opiniões é especialmente notável quanto às questões econômicas.

Em março de 2009, 60% dos eleitores aprovavam, forte ou moderadamente, o desempenho de Obama na economia, enquanto 38% deles o desaprovavam. Entre 7 e 11 de julho, o período em que a nova pesquisa do "Washington Post" e da ABC News foi conduzida, o desempenho do presidente na economia contava com 43% de aprovação e 54% de desaprovação.

No que tange à importante questão de como o governo federal deveria gastar dinheiro para estimular a economia, no entanto, o público está dividido ao meio. Dos entrevistados, 48% dizem que o governo deveria gastar mais para criar empregos. Outros 48% dizem que essa tarefa deveria ser deixada ao setor privado.

A opinião quanto aos políticos democratas e republicanos no Congresso continua desfavorável, e o dado mais notável é que 62% dos eleitores se declaram inclinados a procurar por alguém novo, e não repetir o voto em seus atuais representantes legislativos, na eleição de novembro.

Ironicamente, Obama até o momento vem mantendo o apoio do público como comandante das Forças Armadas, com 55% de aprovação.

Isso talvez não surpreenda, se considerarmos que existem duas guerras em curso. Mas a verdade é que nenhuma delas vai muito bem, e o Afeganistão ameaça se tornar um compromisso a fundo perdido.

Infelizmente, é fácil demais demitir um general que tenha se comportado de forma indevida. Desenvolver uma solução funcional para os problemas econômicos e criar empregos são desafios muito maiores para Obama, e a paciência do povo dos EUA parece estar se esgotando.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

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