
O elo invisível entre o furacão Katrina e o RS
O Katrina foi a minha primeira cobertura de uma tragédia ambiental. Há exatos 20 anos, o furacão de categoria 5, com ventos de 280 quilômetros por hora, devastou New Orleans, nos EUA, matando 1.833 pessoas e ensinando muito que desigualdades sociais e raciais são decisivas entre quem morre e quem sobrevive.
A resposta lenta e desorganizada das autoridades deixou lições: no ano seguinte, a Fema, agência de gestão de emergência dos EUA, passou por uma ampla reforma, os diques foram reconstruídos, projetos de drenagem e bombas de alta capacidade foram implementados, houve avanços em monitoramento e aprimorados os alertas de evacuação.
Como enviado do Grupo RBS à Louisiana naqueles dias, dormi noites no carro na zona de desastre e circulei pelos nacos de terra poupados pela água que invadiu 80% da metrópole. Quando me perguntam, duas décadas depois, o que eu teria feito diferente naquela cobertura, não tenho dúvidas: teria alugado um barco para chegar mais perto das pessoas que mais sofriam.
No ano passado, quando uma tragédia semelhante se abateu sobre o Rio Grande do Sul, eu e alguns colegas circulamos, de bote, por ruas transformadas em rios. Eu poderia dizer que "quis o destino que pudesse acertar as contas com o passado". Mas não foi culpa do destino. É ciência. Um elo invisível une a primeira grande tragédia ambiental do século 21, o Katrina, e o desastre que engolfou o Rio Grande em 2024: a forma como nos relacionamos, como sociedade, com o ambiente. O descaso antecipou, em décadas, as previsões dos pesquisadores sobre as consequências das mudanças climáticas.
Inundada, saqueada e destruída, New Orleans também virou símbolo da incompetência governamental. Na teoria, a cidade estava preparada. Um ano antes, 40 órgãos públicos atuaram em conjunto durante um exercício para evacuar moradores, evitando danos de um fictício furacão chamado Pam. Mas, quando foi preciso colocar o exercício em prática, deu tudo errado.
Não acho que alguém tenha previsto o rompimento dos diques - disse o então presidente George W. Bush.
Previram. Desde 2002, engenheiros da Universidade da Louisiana trabalhavam exatamente com essa hipótese, chamada de The Big One. Ele chegou a New Orleans em 2005. Porto Alegre e o Rio Grande do Sul viveram sua maior tragédia climática no ano passado. Alguma coisa foi feita em termos de prevenção e resposta. Mas não o suficiente. Terá sido o The Big One dos gaúchos? Ou ele ainda virá? Como estaremos preparados? _
Vigilância Sanitária vai usar câmeras da Guarda Municipal
Diante das críticas sobre os métodos de abordagem das equipes da Vigilância Sanitária da Capital, a prefeitura de Porto Alegre informou que os fiscais começarão a usar câmeras corporais. Contudo, como o processo é burocrático e moroso, a Guarda Municipal irá emprestar 20 equipamentos para os agentes utilizarem nas inspeções, enquanto aguardam o trâmite de compra.
A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Conforme o gestor, o processo de implementação das câmeras já estava em andamento e foi acelerado devido aos recentes acontecimentos.
No entanto, há um problema técnico temporário: as câmeras da Guarda Municipal são acopladas a coletes balísticos, o que não faz parte do uniforme dos agentes sanitários. Assim, será necessária uma adaptação para o uso adequado dos equipamentos.
Segundo Ritter, a implementação completa da medida deve levar cerca de 15 dias, incluindo o período de capacitação dos agentes para o manejo dos dispositivos. Atualmente, 30 fiscais atuam em Porto Alegre. _
Preço médio das diárias cai em Belém
Caiu 22%, de fevereiro a agosto de 2025, o preço médio das diárias no Airbnb em Belém (PA), no período da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Em relação a julho, a queda foi de 9%. Os dados foram divulgados pela Folha de S.Paulo e confirmados pela coluna. Conforme o Airbnb, Belém tem 27.848 leitos e 19.274 quartos disponíveis. A plataforma comparou dados dos primeiros semestres de 2024 e de 2025 e observou crescimento de 115% nas buscas pelo período da conferência. _
Gaúcha a caminho da Faixa de Gaza
A presidente do PSOL-RS, Gabi Tolotti, integrará a delegação brasileira que participará da Global Sumud Flotilla, missão que navegará com barcos em direção à Faixa de Gaza para fornecer ajuda humanitária aos palestinos. Ela será a única gaúcha.
Diferentemente das flotilhas anteriores - que tiveram participação dos ativistas Thiago Ávila e da sueca Greta Thunberg -, desta vez serão diversos barcos partindo simultaneamente em ação coordenada por cerca de 40 países.
As embarcações levarão comida e suprimentos médicos. Os primeiros barcos partem de Barcelona, sábado. Os demais sairão da Itália, da Tunísia e de outros portos, com previsão de chegada em 13 de setembro.
Iniciativas semelhantes, anteriormente, foram interceptadas pela marinha israelense antes de chegarem à área palestina. _
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