
Gato já cansado no telhado
Há vários sinais escandalosos de que o gato subiu no telhado do Beira-Rio há muito tempo. - Jogadores começam a pintar o cabelo. - Troca do sistema de iluminação do estádio por 244 refletores de tecnologia LED para ajudar o time a se achar. - Até Leo Dias passa a falar de nós, com fofocas dos bastidores.
- Conformismo otimista na coletiva do técnico, dizendo que o mata-mata é um jogo de dois tempos.
- O craque Alan Patrick se revolta com a marcação cerrada. - O plantel inicia atrás e tenta transformar a derrota vergonhosa em empate heroico nos últimos minutos. - Antes, o elenco não jogava por excesso de calendário; agora, não joga porque está desentrosado. - Colegas de uniforme se pecham bisonhamente ao dividir o lance.
- Seca de atacantes. Wesley, que em 2024 fez 13 gols, em 31 jogos de 2025 anotou somente um, contra o fraco Maracanã. Enner não estufa as redes há 14 embates. - Dependência de milagres de Rochet. - Ausência de reposições de qualidade. - Inter joga de igual para igual contra clubes do descenso, empatando com Vasco e Sport.
- A torcida diminui no estádio em decisões. Nas oitavas de final da Copa do Brasil, havia 33 mil torcedores de 50 mil possíveis. Não existe mais esperança no ano. - As dívidas se acumulam, perto de um bilhão. - Freguesia para Renato Portaluppi. - Quinze anos sem título de relevância. - Eu desando a escrever sobre futebol.
Já cantei a pedra de Sísifo há dois meses, aqui mesmo em ZH. Esse personagem da mitologia grega carregava uma grande pedra montanha acima até atingir o cume, e a pedra rolava para baixo. Roger Machado não conseguiu fugir do seu histórico. Não tem como continuar, apesar de ser uma figura adorável.
Foi assim no Palmeiras, no Atlético Mineiro, no Fluminense. Arranca bem e se complica. Parece fadado a canecos regionais.
A hora da mudança da comissão técnica era na pausa do Mundial, quando dormíamos no Z-4. Faltou coragem à direção. Agora enfrentaremos o São Paulo em casa, motivado e invicto, o Fluminense no confronto de volta da Copa do Brasil, o Bragantino fora, o Flamengo em três oportunidades (incluindo a Libertadores), e o Cruzeiro fora. Não dá nem para imaginar o que acontecerá de vexame.
Não houve uma única partida confiável na temporada, com sobra. Alguém pode me lembrar de uma só apresentação de gala do Colorado?
Fizemos três gols em cima do Atlético Nacional e do Cruzeiro, pois tínhamos vantagem numérica. Nosso saldo de gols no Brasileiro é negativo. Apanhamos de quatro do Botafogo e do Corinthians.
Somos uma salada de frutas de supermercado. O morango e a manga estão no topo, para o torcedor colorado comprar pensando que é um grande negócio, jurando que encontrará essas frutas na maior parte do copo, mas apenas encontra mamão e banana no fundo.
Roger insiste com Bruno Henrique e Thiago Maia. Volantes são os tesoureiros da escalação, aqueles que protegem o cofre. Isso explica a falência do nosso meio de campo. A bola não chega na frente.
O primeiro tempo é ansiedade por abrir o placar. O segundo tempo é desespero porque estamos perdendo. Empilhamos desordenadamente atacantes para chuveirinho na área. Não há paciência, coreografia, dinamismo, infiltrações, jogadas ensaiadas.
O revés para o Fluminense, na quarta-feira, tornou-se previsível, com as tradicionais vaias no apito final, com a certeza de que o Tricolor das Laranjeiras nem se esforçou muito para nos superar. Não sei se o lateral Bernabei traiu ou não a esposa, mas que levou um baile do Serna, levou.
O Inter rifou mais uma vez a Copa do Brasil e a Libertadores, debutando ciclo vicioso. Depois dos desastres anunciados, vai correr atrás do argentino Vojvoda pelos 44 pontos no Brasileiro. Já estou vendo a cena. Como eu queria morder a língua. Como eu queria estar errado. Como eu queria ser feliz de novo.
CARPINEJAR
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