
O recado do emprego formal para o BC
O mercado de trabalho brasileiro apresentou nova desaceleração. O país abriu 129.775 vagas com carteira assinada em julho, segundo dados do Novo Caged. O dado veio abaixo do esperado.
Apesar de mais um mês no azul, a criação de postos formais é 32% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Além disso, é o menor montante para julho desde 2020.
Em 12 meses, o indicador também mostra perda de ritmo, com acumulado 14% menor ante o mesmo período do ano passado.
Esse conjunto de informações é mais um ingrediente que reforça a ideia de um mercado de trabalho em processo de desidratação após picos históricos. E esse movimento tende a dar mais conforto para o Banco Central (BC) na política monetária.
Apesar de soar estranho, mercado de trabalho aquecido e resiliente preocupa o BC no combate à inflação. Um nível alto de emprego no país costuma pressionar a inflação via demanda maior por produtos e serviços. Quando o emprego retrai, cresce o espaço para preços mais comportados, logo, inflação menos persistente.
Movimento ainda incipiente
Rodolpho Tobler, pesquisador e economista do FGV Ibre, afirma que a pisada de freio no emprego responde a dois fatores principais. O primeiro, e com peso maior, é o arrefecimento da atividade econômica, espraiado entre os setores, na esteira do juro alto. O segundo, com influência menor, é a incerteza gerada pelo tarifaço dos EUA nas companhias brasileiras.
O pesquisador afirma que os dados do Caged deixam o BC com menos dúvidas sobre o andamento da política monetária, mostrando a eficácia do aperto via juro básico. No entanto, lembra que o mercado ainda mostra sinais de resiliência, não abrindo espaço para medidas mais contundentes no curto prazo:
- São dados ainda muito incipientes. Estamos falando de uma desaceleração, mas de um emprego ainda aquecido, com saldos positivos. Não muda muito o cenário do BC, mas tem um tom positivo, que parece estar confirmando a perda de ritmo esperada. _
Em dia com dados de desaceleração no mercado de trabalho brasileiro, que indica efeitos da política monetária, e alta forte no Ibovespa (1,04%), o dólar fechou ontem com leve queda de 0,32%, cotado a R$ 5,416.
Burguer no Harmonia
Conhecida pelos hambúrgueres artesanais, a Mark Hamburgueria terá unidade no Parque Harmonia, a partir de segunda-feira. Será a sexta loja da rede na Capital e a terceira aberta em menos de um ano.
Com 60 metros quadrados, a nova operação aposta em formato mais compacto, com cardápio reduzido e sistema de autoatendimento. A unidade comportará cerca de 40 clientes.
- Escolhemos o Harmonia porque é um espaço público em transformação - diz o proprietário da rede, Mark Bandeira. _
México como alternativa ao tarifaço para móveis
O governo brasileiro avalia que o México tem potencial de ser um mercado alternativo à indústria de móveis, que tem polo importante em Bento Gonçalves, em meio ao tarifaço de Donald Trump. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, lidera uma missão oficial na Cidade do México, que termina hoje.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), as importações mexicanas de móveis somaram US$ 659,7 milhões em 2024, mas só 2,6% (ou US$ 16,9 milhões) vieram do Brasil. Por outro lado, exportadores nacionais venderam US$ 216,5 milhões em móveis aos Estados Unidos, onde os produtos são taxados em 50%.
Um acordo comercial viria em bom momento não só para o Brasil, mas também para o México, que tem considerável dependência da economia americana. O país envia para lá 83% de tudo que exporta e enfrenta taxas de 25%, com exceções.
Conforme a Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), o México está entre os cinco principais importadores de móveis gaúchos. A representante do setor no Rio Grande do Sul diz que "ações que facilitem relações comerciais com outros países com certeza seriam bem-vindas". _
Dados da ApexBrasil de exportações em 2024 (em US$)
99,4 milhões
é quanto o México compra em equipamento médico-odontológico do Brasil (2,5% do total importado)
30,8 milhões
é quanto o México compra em máquinas agrícolas do Brasil (15%)
16,9 milhões
é quanto o México compra em móveis do Brasil (2,6%)
4 milhões
é quanto o México compra em mármore do Brasil (9,2%)
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