
Governo avalia se Trump quer mesmo conversar
A cúpula política do governo e os auxiliares na área diplomática ainda avaliam se Donald Trump está mesmo disposto a conversar com o presidente Lula sobre o tarifaço. A declaração feita na última sexta-feira é vista com cautela.
Emissários do Planalto tentam descobrir se a fala é apenas uma bravata de quem impôs uma sanção injustificável ao Brasil ou se de fato existe disposição para um diálogo construtivo.
Desde que houve o anúncio das tarifas, Lula tenta equilibrar o discurso. Ao mesmo tempo em que prega o interesse do Brasil em manter parcerias estratégicas com os EUA, exalta a necessidade de proteger a produção nacional e valorizar a soberania brasileira.
Tendo em vista as frequentes menções de Trump em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a campanha que ele lidera contra o Judiciário brasileiro, auxiliares de Lula acreditam que a abertura ao diálogo pode ser uma provocação. Avaliam ainda se a conversa, mesmo por telefone, não será uma forma de Trump tentar "lacrar" contra o brasileiro, aumentando ainda mais o desgaste entre os dois países.
Pouca esperança
Até agora, o Planalto não pretende adotar ações mais contundentes, como medidas de retaliação na área econômica. Insistir na negociação e buscar novos mercados são as prioridades. O cenário pode mudar, porém, se Trump impuser novas sanções.
O tarifaço entra em vigor amanhã e há pouca esperança de recuo. Mas a lista de quase 700 exceções foi vista como um indicativo de que Trump não poderá sustentar todas as sanções, especialmente pela pressão de empresários e consumidores americanos. _
Esta coluna contém informação e opinião
CONEXÃO BRASÍLIA
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