
Crises demonstram que a diplomacia não está funcionando
Por diferentes motivos, as relações entre o Brasil e dois parceiros históricos andam sofrendo fricções: com os Estados Unidos e com Israel. Os EUA foram o primeiro país a reconhecer a independência brasileira, em 1822, e, apesar de momentos de maior ou menor proximidade, as relações de Estado foram mantidas em alto nível. A tentativa de envolvimento do governo Donald Trump na política brasileira e a imposição de tarifas são apenas o ponto mais visível de divergências ideológicas que se anunciavam desde a eleição do republicano.
Em mais de seis meses de mandato, Trump indicou mais de 60 embaixadores no Exterior, mas a representação em Brasília está sem titular desde janeiro, quando Elizabeth Bagley deixou o posto.
No caso de Israel, as relações também são consolidadas. O Brasil teve participação importante na fundação do Estado judeu, inclusive com o envolvimento de um gaúcho, Oswaldo Aranha, que presidiu a assembleia geral da ONU que definiu a partilha da Palestina, em 1947.
Na segunda-feira, o governo israelense retirou a indicação para ter um novo embaixador em Brasília, após um impasse provocado pela decisão do governo Lula de segurar o agrément (aval) ao nome do diplomata Gali Dagan para o posto. Com isso, o país fica sem representação desse nível no Brasil, o que indica a intenção de manter o relacionamento em um nível diplomático inferior. O Brasil também está sem embaixador em Tel Aviv, desde que chamou de volta no ano passado Frederico Meyer.
A decisão foi uma resposta ao fato de o diplomata ter sido chamado ao Museu do Holocausto e exposto a uma reprimenda pública pelo então chanceler israelense, Israel Katz, depois que Lula comparou os ataques na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Os tensionamentos - e, mais do que isso, a ausência de embaixadores - demonstram que a diplomacia não está funcionando ou cumprindo a missão para qual existe: garantir o diálogo, aparar arestas, reduzir danos e evitar as armas. _
Parceria para movimentar o turismo
O governo gaúcho assinou ontem uma carta de intenções com a Embratur com o objetivo de promover o Estado como destino para turistas e investidores internacionais.
A parceria da Invest RS e da Secretaria de Turismo (Setur) ocorre por meio do Plano Brasis, que tem como objetivo reposicionar e fortalecer a identidade do país, ampliando a presença dos destinos turísticos brasileiros no mundo até 2027.
O principal objetivo do acordo é unir a expertise da Embratur em promoção internacional com o conhecimento da Invest RS. Mais do que atrair visitantes estrangeiros, a colaboração busca fomentar novos investimentos em setores como aviação, hotelaria e eventos. O RS foi o primeiro Estado a assinar a parceria. _
TRT gaúcho é destaque
Pelo segundo ano consecutivo, o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) alcançou a pontuação máxima no ranking da transparência do Judiciário. O resultado foi anunciado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o TRT-RS ficou entre os 19 tribunais do país que atingiram 100% de cumprimento de itens avaliados.
A análise é baseada em 87 questões, relacionadas a 10 temas como gestão, tecnologia e outros. _
Israel critica Lula e Itamaraty responde
Em rede social, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, criticou o presidente Lula por posicionamentos do governo brasileiro sobre Gaza. Na publicação, o israelense classificou Lula como antissemita e "apoiador do Hamas".
"Agora, Lula revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA - o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel - colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel", afirmou Katz em publicação em sua conta oficial no X.
Katz publicou imagem gerada por inteligência artificial em que o brasileiro aparece ligado por fios ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, sugerindo que Lula seria marionete do governo iraniano.
Contestação
O Itamaraty, em resposta, disse que o Ministro da Defesa de Israel profere "ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o presidente Lula". O órgão disse que Katz "não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos". _
Direito de pergunta: bombardeio ao Irã, mediação da guerra na Ucrânia, ações para influenciar a política no Brasil e ameaças à Venezuela. Trump não havia sido eleito para "fazer a América grande outra vez"?
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