
Quem tem que pagar para tirar fios dos postes
À frente da pauta do emaranhado dos fios em postes no Ministério Público Estadual, o promotor Felipe Teixeira Neto provocará as operadoras de telefonia e internet para que formem um consórcio que pague uma empresa para retirar os cabos inativos. Para ser assertiva na convocação das companhias, a prefeitura de Porto Alegre identificará quais têm maior atuação nas chamadas "poligonais", que são as zonas com mais reclamações sobre o assunto o telefone 156.
A combinação ocorreu a partir de reunião com o procurador-geral-adjunto, Nelson Marisco, que foi, aliás, quem redigiu um termo de acordo proposto pela própria CEEE Equatorial ao prefeito Sebastião Melo e enviou à concessionária de energia, mas que ainda não assinou. O acerto prevê que a prefeitura informaria estas áreas com mais fios, que seriam retirados em 30 dias. Após o prazo, a concessionária de energia retiraria.
O mutirão que está sendo realizado pelas empresas está deixando a desejar, ou seja, decisão judicial anterior está deixando a desejar. Uma nova ação é cogitada pelo Ministério Público.
Opinião da coluna
O município chegou a encabeçar uma força-tarefa antes da enchente, deslocando servidores para o serviço, mas não deu conta. Nem tem que dar. Não é um serviço a ser feito com dinheiro público (do nosso imposto). A operadora de telecomunicação ganha dinheiro vendendo seu serviço entregue com os fios pendurados no poste. Quando não prestam mais, ela tem que retirar.
A concessionária de energia (no caso de Porto Alegre, a CEEE Equatorial) é a dona do poste e o aluga, ou seja, ganha dinheiro com isso. Se sua cliente, a operadora, não faz o que deve, é da concessionária a responsabilidade de retirar o fio. Se quiserem, que aumente-se o valor do aluguel ou do serviço de internet vendido aos consumidores. Mas terceirizar o custo a ser pago pelo imposto de todos é aproveitamento.
Em tempo: o problema é nacional. Falta de normas mais claras de punição é um dos motivos apontados para a situação, que deixa as cidades feias, gera risco às pessoas (principalmente motociclistas) e contribui para quedas de energia em temporais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) discutem o assunto há quase uma década, sem avanço algum. _
Demissões e transferências
Polo industrial pesadíssimo no RS, a serra gaúcha já tem empresas calculando o que fazer para lidar com o tarifaço do presidente Donald Trump. Algumas fazem "ensaios de desligamentos", expressão usada para ver até quando se conseguirá manter os funcionários e quanto custará demiti-los. Outras avaliam sim transferir produção ao Exterior, mas não só para os EUA, como Trump quer, também a outros países que serão menos taxados e não têm custos tão elevados, como Argentina e Paraguai.
O alerta foi do presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Ubiratã Rezler, ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
- Terão que cortar muito na carne - diz.
Segundo ele, 23% da exportação do setor vai para os EUA e apenas 3% ficaram livres das taxas.
- A cadeia produtiva é o que mais preocupa. A exportadora consegue ver outros mercados e levar sua produção para fora, mas deixa de comprar do fornecedor daqui - explica. _
Um fôlego de atleta à falência
A recente venda do jogador Wesley Vinícius França Lima pelo Flamengo à Roma, da Itália, pode render mais de R$ 16 milhões para as massas falidas da K2 Soccer, com sede em Porto Alegre, e do Clube Atlético Tubarão SPE, de Santa Catarina. O cálculo é do escritório gaúcho Von Saltiél Administração Judicial, responsável pelo processo de falência das duas empresas.
Isso porque a transferência do atleta envolve direitos patrimoniais com reflexo direto no ativo. Os advogados Germano von Saltiél e Mateus Portal Fraga afirmam que, em contrato assinado à época da cessão dos direitos federativos de Wesley ao Flamengo, o Atlético Tubarão - controlado em 99% pela K2 Soccer - manteve direito a 10% do valor de futuras transferências definitivas do jogador, que, agora, foi vendido por 25 milhões de euros (cerca de R$ 161,4 milhões).
Aliás, é um dos poucos ativos relevantes da falência, ou seja, importante para garantir pagamento de credores. A falência da K2 foi decretada ainda em 2023, quando a Justiça aceitou o pedido de um credor. A empresa do grupo Baltoro, que tem sedes no RS e em Londres, investia em clubes, como o catarinense Tubarão. _
Calçadista no presídio
Terceirizada da gigante calçadista Beira Rio, a Indústria de Calçados e Bolsas Guaíba instalou uma linha de produção na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (PEFG) onde 20 apenadas trabalharão, recebendo 75% do salário mínimo e remição de pena de um a cada três dias trabalhados. O termo de cooperação com o governo do Estado vale por cinco anos, para acabamentos de calçados em couro e fabricação de bolsas.
Ao podcast Nossa Economia, de GZH, o secretário estadual de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobon, disse que a meta é aumentar de 15 mil para 18 mil o número de presos trabalhando no Estado.
- E teremos mais locais para as fábricas quando abrirem os novos presídios em Rio Grande, São Borja e Passo Fundo.
Energia do sol para bancos
O Banrisul comprou duas usinas de geração de energia solar. Uma fica em São Lourenço do Sul (foto) e será ligada à CEEE Equatorial. A outra é construída em Taquara e será conectada à RGE. O presidente, Fernando Lemos, avisou sobre a aquisição porque sabe que a coluna apoia energias renováveis. Elas garantirão o consumo de 411 operações do banco, que, ainda em 2022, começou a migrar 94 unidades para o mercado livre de energia. Então, serão 505 operações com fontes limpas - 78% do consumo total. A economia, que até agora foi de R$ 3,6 milhões, atingirá R$ 70 milhões em 15 anos.
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