05 DE JUNHO DE 2020
+ ECONOMIA
RS não abre mão de projetos de gás
O naufrágio do projeto de até R$ 3 bilhões em uma usina térmica e um terminal de regaseificação em Rio Grande encerra uma história, mas dará origem a outra, avisa o secretário de Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos. Nos planos, está a busca de um novo investidor para uma termelétrica no sul do Estado e tentativa de convencer o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, da necessidade de completar o gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre. Conforme o secretário, o governo do Estado fez um esforço, na reta final, para tentar reativar o projeto, mas admite que o processo estava "truncado". Na avaliação de Lemos, o fracasso desse projeto não significa que implantar uma usina térmica em Rio Grande seja inviável:
- Isso vai nos liberar para buscar outros agentes para projetar uma térmica que se sustente por si própria. Alguns investidores que avaliaram gostavam do projeto, mas os números não paravam em pé.
Um gasoduto de Uruguaiana a Porto Alegre faz parte de um sonho antigo de "fechar o anel" no sul da América Latina. Lemos pondera que as grandes reservas de gás de xisto das jazidas de Vaca Muerta, na Argentina, são um estímulo para a conexão.
- Não podemos ter duas usinas a gás no Estado e nenhuma funcionar por falta de combustível - pondera.
Em Uruguaiana, a americana AES construiu uma termelétrica a gás e um gasoduto entre a Argentina e a cidade gaúcha, na década de 1990. Na primeira dificuldade de abastecimento interno, os argentinos cortaram o suprimento da usina.
Em Canoas, a Petrobras investiu para converter uma térmica a óleo para que pudesse operar também com gás natural. O problema é que o Estado não tem o suficiente para abastecê-la. No mês passado, a estatal pôs à venda essa unidade.
Enquanto esses projetos - que reconhece ser de "médio e longo prazos" - não avançam, Lemos diz estar negociando com a própria Petrobras um ajuste na compressão do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), para aumentar em cerca de 30% a disponibilidade no Estado. Embora acompanhe a evolução do projeto da Golar Power em São Francisco do Sul (SC), o secretário avalia que a "competição" entre os reforços público e privado pode beneficiar o Estado.
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