13 DE JUNHO DE 2020
INDÚSTRIA NA PANDEMIA
Números e surtos investigados
A preocupação com adoção de protocolos na indústria para evitar casos de coronavírus não ocorre à toa. No Rio Grande do Sul, 36 dos 53 surtos investigados até 3 de junho estavam no setor, conforme dados do Informe Epidemiológico divulgado pelo Centro de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria Estadual da Saúde (SES)
A presença de dois ou mais casos de síndrome gripal em um mesmo ambiente fechado, com intervalo de sete dias entre a data de início dos sintomas, é o que caracteriza um surto. A maior incidência de focos em indústrias tem mais relação com o tamanho da força de trabalho mobilizada pelo setor do que pelo tipo de atividade, na avaliação de Marcelo Vallandro, coordenador do Centro de Operações (COE) da SES
Vallandro ressalta que a postura mantida pelos trabalhadores fora do expediente é fundamental para evitar a contaminação nas fábricas. Ou seja, qualquer relaxamento no uso da máscara ao sair de casa e na higienização das mãos pode acabar gerando a contaminação e, posteriormente, espalhar-se no ambiente de trabalho
No Rio Grande do Sul, os frigoríficos lideram a lista de focos de coronavírus na indústria, com 22 casos investigados no momento pela Secretaria da Saúde
Caracterizados pela umidade no ambiente e a pouca ventilação, os estabelecimentos viraram o principal alvo do monitoramento do Ministério Público do Trabalho (MPT)
A gerente nacional adjunta do projeto de fiscalização dos frigoríficos, Priscila Schvarcz, estima que um terço dos casos de covid-19 no Rio Grande do Sul está relacionado aos abatedouros. Há mais de 3,3 mil diagnósticos positivos no setor até o momento, conforme o MPT. - Verificamos falhas nas medidas de distanciamento, nas áreas convivência e até resistência na utilização de máscaras adequadas. As empresas também falham nos procedimentos de busca ativa dos contactantes das pessoas afastadas pela doença - aponta Priscila
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