20 DE JUNHO DE 2020
INFORME ESPECIAL
O vírus sacudiu a burocracia
Centenas, se não milhares, de regras e leis inúteis foram varridas pela pandemia no Brasil. Melhor que não fosse desse jeito, mas que bom que aconteceu. De licenças para fabricar produtos a carimbos estapafúrdios, a burocracia bateu de frente com a sua própria imobilidade, muitas vezes a serviço de interesses privados e da reserva de mercado a poderosos e privilegiados.
Tomara que, nesse aspecto, o normal de antes fique para sempre no passado. Acelerar processos e criar ambientes simples e seguros para empreender e viver deveriam ser dois dos focos mais relevantes da atuação do Estado - o que, muitas vezes, seria a não atuação em nome do bem comum.
Uso exemplos atuais para ilustrar essa análise. Até bem pouco, pensávamos que respiradores só podiam ser caros. Bastou a necessidade urgente bater às nossas portas para que centenas de universidades, empresas e empreendedores encontrassem maneiras mais baratas e simples de salvar vidas, mantendo o rigor técnico, mas sem que um cipoal até então insuperável de normas absolutamente desnecessárias atrapalhasse. Vale o mesmo para a fabricação de alguns tipos de máscaras, antes condicionada a rigores inexplicáveis. Conciliar velocidade e segurança é o grande desafio do presente e do futuro.
Essa é uma das boas lições da pandemia.
Do bem
Quatorze respiradores foram doados pelo Instituto Cultural Floresta e pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre para os hospitais Divina Providência e Ernesto Dornelles. O sindicato também forneceu 250 kits de higienização e EPIs para residenciais geriátricos. Desde abril, o Instituto investiu mais de R$ 15 milhões no combate à pandemia.
A Cruz Vermelha RS vai redirecionar medicamentos produzidos pelo Grupo RB - Naldecon e Strepsils - para comunidades, associações e postos de saúde. Doando mais de 484 mil produtos no Brasil, a empresa investiu mais de R$ 12 milhões no combate à covid-19.
Pelo menos 415 trabalhadores do setor da cultura começaram nesta semana a receber cestas básicas da Defesa Civil do Estado, que faz entregas na Capital e no Interior. A ação "Ventos de Solidariedade na Travessa dos Cataventos" segue arrecadando alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza na Casa de Cultura Mario Quintana.
Estão sendo distribuídas 42 mil máscaras pela rede CR Diementz em hospitais e unidades de saúde públicas nas 65 cidades onde tem lojas no RS e em SC.
Desde o início de maio, a empresa ZON Design, de Porto Alegre, está dando espaço nas suas redes sociais para que entidades assistenciais divulguem seus contatos e peçam as doações de que precisam. Para ajudar: @zondesignpoa no Instagram.
Para amparar instituições que resgatam cães e gatos abandonados em Porto Alegre e na Região Metropolitana, a seguradora Sabemi está fazendo uma campanha. Quem quiser contribuir pode acessar o site www.gelb.vc e financiar kits de ração que variam entre R$ 12 e R$ 44. Os voluntários da empresa serão os responsáveis por fazer a entrega das doações.
TULIO MILMAN
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