21 DE NOVEMBRO DE 2019
OPINIÃO DA RBS
A TRAGÉDIA DO DESEMPREGO
A permanência do desemprego em patamar alto no país e a piora do indicador em unidades da federação, como o Rio Grande do Sul, mais do que desalentar quem procura uma ocupação e os próprios governantes, comprova que as estratégias de combate a essa chaga não estão surtindo o efeito necessário. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe na terça-feira a informação de que, no terceiro trimestre, a taxa nacional de desocupação ficou em 11,8%, apenas 0,2 ponto percentual abaixo dos três meses imediatamente anteriores. No Estado, o percentual detectado foi de 8,8%, mas 0,6 ponto acima do segundo trimestre de 2019.
A realidade é que três fatores se conjugam para segurar os números em níveis tragicamente elevados: a estagnação da economia, o custo e o risco de contratar funcionários no Brasil e as rápidas transformações do mercado de trabalho. Em relação ao primeiro ponto, o passo inicial é uma retomada firme da confiança de empresários e consumidores, um quesito que é primo-irmão da estabilidade política.
A despeito das reformas em andamento e projetadas para os próximos meses, é nesse ponto que os surtos primitivistas do eixo ideológico do governo brasileiro não ajudam. Crises sequenciais e virulência sem limites vindos de importantes figuras do Executivo - e suas circunvizinhanças - costumam ser fatores inibidores para se desengavetar planos mais audaciosos de médio e longo prazos. Ao mesmo tempo, é preciso apostar em políticas que possam estimular setores com grande capacidade de absorção de mão de obra, a exemplo da construção civil.
A despeito das reformas em andamento e projetadas para os próximos meses, é nesse ponto que os surtos primitivistas do eixo ideológico do governo brasileiro não ajudam. Crises sequenciais e virulência sem limites vindos de importantes figuras do Executivo - e suas circunvizinhanças - costumam ser fatores inibidores para se desengavetar planos mais audaciosos de médio e longo prazos. Ao mesmo tempo, é preciso apostar em políticas que possam estimular setores com grande capacidade de absorção de mão de obra, a exemplo da construção civil.
A chave para a segunda trava é colocar em prática um plano que desonere contratações e reformule a enferrujada estrutura trabalhista brasileira, diminuindo burocracias e os riscos inclusive jurídicos de empregar. Seria ainda um incentivo à formalização dos postos, com reflexos até mesmo na arrecadação do governo. As ideias do ministro da Economia, Paulo Guedes, para abater de forma ampla esses custos, por enquanto, permanecem na condição de promessas. O possível, até agora, foi o programa para a contratação de jovens de 18 a 29 anos.
Por fim, com impacto em um horizonte um pouco mais largo, mas nem por isso menos importante, é preciso redesenhar os programas de formação de trabalhadores. Aliado ao talento e à força de vontade, o domínio da tecnologia e a capacidade de sempre se adaptar às novidades que surgem cada vez mais rápidas são condições precípuas para a empregabilidade. Ainda mais em um mundo que, de forma acelerada, vai deixando para trás as funções braçais.
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