sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Lucchese dirige o Hospital São Francisco da Santa Casa e já realizou mais de 30 mil cirurgias cardíacas
Lucchese dirige o Hospital São Francisco da Santa Casa e já realizou mais de 30 mil cirurgias cardíacas

REPRODUÇÃO/JC
Segunda Chance: A vida depois da doença (L&PM Editores, 144 páginas, R$ 36,90 - E-book R$ 26,90) do consagrado médico, professor e escritor Fernando Lucchese é, acima de tudo, uma grande ajuda para todos aqueles que sobreviveram a uma doença grave e pretendem ser felizes. Para quem não ficou doente e pretende evitar erros atuais que lhe prejudique no futuro, a obra também é inspiradora.
O Dr. Lucchese é cirurgião cardiovascular desde 1988, dirige o Hospital São Francisco da Santa Casa e já realizou, juntamente com sua equipe, mais de 30 mil cirurgias cardíacas. Com cerca de dois milhões de livros vendidos, o médico tornou-se conhecidíssimo do público pela série "Pílulas": Pílulas para viver melhor e Pílulas para prolongar a juventude, nas quais combina uma abordagem científica com conselhos úteis para uma vida mais saudável.
Na série "Desembarcando", por sua vez, dá dicas sobre diabetes, sedentarismo, hipertensão, colesterol e Alzheimer, ensinando prevenção e tratamento. Nesta obra mais recente, o Dr. Lucchese aproveitou sua rica experiência de mais de cinquenta anos de medicina e o convívio com os pacientes para nos oferecer, generosamente, dados científicos e lindas histórias de superação.
A primeira parte de Segunda chance trata de morte, do que a doença pode fazer por você, hipocondria, fases da doença, câncer de próstata, o convívio com o estigma da doença, as marcas da doença e outros temas importantes. Na segunda parte do livro, aborda o doente "ideal", que aprende com a doença, o apoio da religiosidade, as mudanças depois de cirurgias, o estilo de vida saudável, a velhice, e como as crianças sempre usam uma segunda chance, entre outros tópicos.
Todos somos vulneráveis; de súbito, a doença muda nossa vida. Mas podemos ter um bom estilo de vida, prevenir doenças querer a felicidade, buscar boa alimentação e, se for o caso, aproveitar a segunda chance com a mesma alegria que as crianças vivem seu eterno presente. É o que nos ensina o autor. Obrigado, doutor! Que Deus dê muitas chances para o senhor e para nós todos. A esperança é a última que morre, diz o povo, sábio. Mesmo o querido povo colorado.

Sexta-feira, João Maldonado, jazz na Concha

Sexta-feira, tardinha de 1 de novembro, tomo o rumo certo da concha acústica do Theatro São Pedro para ouvir jazz. Semana com mil coisas e tumultos, como têm sido, especialmente, as últimas nesse país. Na esquina da Borges com a Riachuelo, algumas dezenas de pessoas com algumas bandeiras bradam a favor da Marielle e contra o Bolsonaro. Felizmente o trânsito é interrompido por poucos minutos e logo chego no São Pedro.
Jazz, a melhor contribuição dos EUA para o mundo. Seguidamente caminho ou faço exercícios ouvindo o melhor cantor de jazz, Tonny Bennett, e outros papas. Jazz, improviso, balanço, cultura, liberdade, paz, criatividade, democracia, música em primeiro lugar, "who could ask for more?" Quem poderia pedir mais?
João Maldonado está lançando o disco Beauty pela Loop Discos, seu primeiro de jazz, que tem 12 composições próprias, com união de ritmos como o rap, o regionalismo e música indígena. Além de João, o poderoso quinteto tem Amauri Iablonovski ( sax soprano), João Rizzo (trompete) , Everson Vargas (baixo acústico) e Cesar Audi (bateria). Na gravação, participaram Alex "Anginho" Prinz (trompete), Gunter Kramm Jr. (sax), Humberto "Boquinha" ( trombone) e Julio Rizzo (trombone). Negra Jaque fará participação especial, luxuosa e moderna no show, com um rap.
A noite vai chegando aos poucos, de mansinho, como se fosse uma gata siamesa, e a lua crescente vai crescendo, sem pressa, num céu de primavera, sem qualquer excesso de temperatura ou gota inoportuna de chuva. A coisa vai ficando perfeita. João e os rapazes entram no palco e os instrumentos sorriem, se movimentam e fazem sons para eles. Os gritos dissonantes da democrática manifestação de rua felizmente ficam ao longe e não atrapalham a afinação do quinteto, que, pelo visto, deve ter ensaiado algumas milhares de horas.
Trinta e sete anos de carreira, João iniciou no jazz, passou pelo rock gaúcho com a lendária TNT e foi o primeiro pianista de blues do RS, tocando com Solon Fishbone. No Chile viveu por sete anos e foi considerado o melhor guitarrista de blues, até voltar ao Brasil, ao piano e ao jazz. Dizem que quando João chega o piano abana a cauda...
Te mete, João teve Master Class com o gigante Wynton Marsalis e seguiu o conselho de dominar o blues nos 12 tons e aí foi partir para abraçar o jazz com tudo. No show, aliás, tem um número com blues, que sacudiu até os esqueletos dos finados. Plateia atenta, civilizada e seleta de jazz, sem conversas e sem papos nos celulares, mas com muito gosto por música da boa. Gente fina, elegante e sincera, sem joias, modelitos ou adereços desnecessários. O mundo não está totalmente perdido. O jazz segue vivo como a luz da manhã. A maior estrela é a música, que junto com o amor é o que temos de mais próximo de Deus.
Nesse mundinho de acordes, acórdãos e acordões dissonantes, com tantos maltratando os instrumentos democráticos e desafinando sem bossa nenhuma, nada como ouvir um jazz de responsa, feito no maior capricho, na concha arejada do TSP.

Jaime Cimenti

Nenhum comentário: